MINISTRO PARLO

MINISTRO PARLO

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

HISTÓRICO DO ADJUNTO ADEJÃ MESTRE FRÓES


HISTÓRICO MEDIUNICO
Meus irmãos em Cristo Jesus,
Salve Deus!
Estou apresentando, a seguir,  a pedido de muitos missionários e missionárias, um resumido histórico da minha trajetória como médium na Doutrina do Amanhecer,  paralelamente aos fatos e acontecimentos bons  ocorridos até a presente data, não com interesse de aparecer ou coisa semelhante e, sim, como meio de mostrar aos novos e lembrar às minhas irmãs e irmãos veteranos o grande esforço e dedicação de nossa querida Mãe Clarividente, para nos trazer o verdadeiro conhecimento cabalístico e da vida fora da matéria. Siga os seus ensinamentos:humildade, tolerância e amor. A humildade e a tolerância, segundo ela, são envelopes que nos conduzem ao amor, o amor incondicional e este é a mola que move o Universo, a energia que harmoniza os três reinos de nossa natureza, nos proporcionando a faculdade da cura desobsessiva e da cura do plexo físico. Alguns irmãos afirmam que, se estamos na Terra não conseguiremos ter o amor incondicional, porque é uma característica dos espíritos de luz. Puro engano, a nossa Mãe nos ensinou que somente nos libertamos quando nada mais temos a fazer na Terra, quando o espírito se liberta das forças animais. O homem pode constantemente sentir a força vital (animal), a força da terra e ter o amor incondicional, de forma natural e espontâneauma coisa  não elimina a outra. Como é um resumo, peço desculpas por estar omitindo muitos detalhes neste relato e o nome de muitos irmãos e irmãs que participaram, também, dos diversos acontecimentos aqui descritos, apenas estou querendo passar, principalmente,  uma noção geral de tudo que vivenciei e a nossa Mãe nos trouxe e fez, durante um breve período de sua vida e ultima etapa de sua jornada física neste Planeta.
Ingressei na Doutrina em dezembro de 1.973 após duas consultas com Tia Neiva e realização de trabalhos especiais nos Tronos. A segunda consulta foi determinante, quando ela me esclareceu da necessidade de participar dos  trabalhos espirituais, mostrando-me que somente através do desenvolvimento da  mediunidade poderia solucionar os inúmeros problemas que tanto me afligia no momento e outros que estariam por chegar, mesmo assim, antes de ingressar, apenas pela ação do trabalho especial fui surpreendido por um  fenômeno,  aconteceu uma cura desobsessiva, um dos principais problemas que me consumia naquele momento desapareceu de imediato,  o que  ajudou na minha decisão de ingressar  na Doutrina do Amanhecer.
Naquela época não existia instrução teórica no desenvolvimento, comecei direto pela prática, fazendo convite da entidade, puxada do sofredor, a doutrina (evangelização), a chave de entrega do sofredor, o passe magnético, quando em 27/09/1974, recebi a Iniciação Dharma-Oxinto, realizada por Tia Neiva, ainda no templo de madeira. Antes da minha iniciação presenciei a realização do primeiro ritual para entrega do Diploma do Doutrinador, seguido de outros. Desta data para frente iniciou-se a construção do novo Templo e os trabalhos foram transferidos para o pomar, ao ar livre, debaixo das mangueiras. Passados alguns meses, basicamente no ano de 1.975, os trabalhos retornaram ao local anterior já no  novo Templo,  com algumas partes ainda sem telhado. No Castelo dos Devas o Mestre Barros já fazia os primeiros registros dos médiuns, com a função de Coordenador e, em seguida  Filho de Devas.
Neste mesmo ano, a nossa Mãe Clarividente dava início aos preparativos para uma nova etapa, o Mestrado. Começava chegar as primeiras orientações dos Planos Espirituais e, em uma de suas aulas, no domingo, fui chamado por ela, no Radar, quando me perguntou se gostaria de ser um Devas e, ao responder que “sim”, ela pediu ao corpo mediúnico presente uma salva de palmas, informando-me que a partir daquele momento eu teria que assistir todas as suas aulas e atender as suas convocações, quando necessário. Assim foi realizada a minha consagração como  Filho de Devas. A seguir, Barros e eu fomos convocados por Tia Neiva para definir  as classificações, as Falanges do Mestrado, os grupos dentro de cada Falange, quando fomos classificados como 1º e 2º Filhos de Devas e a partir daí preenchemos as demais vagas. Fizemos muitas reuniões com Tia Neiva para definir os Orixás, as atribuições de cada falange, classificar os médiuns e receber dela o ritual da Elevação de Espadas e, em 30/10/1975 foi realizada a 1ª Elevação no Templo Mãe, porém não tive condições de ser consagrado na referida data, por falta de indumentária, ocorrendo somente em 01/01/1976. Antes deste acontecimento já tinha participado, também, junto com o Barros, da preparação das primeiras Falanges Missionárias (Nityamas, Magos e Samaritanas) que foram trazidas para conduzir os rituais e compor o Aledá para a Elevação de Espadas. Posteriormente, cada Falange Missionária existente hoje foi chegando,  conforme a necessidade dos trabalhos e rituais que iam sendo implantados, sendo entregue após a consagração dos Adjuntos Alufã-Barros e Adejã-Fróes, a responsabilidade pela emissão,  pelo desenvolvimento, atribuições e eventos designados a cada missionária.
Neste meio tempo a construção da Estrela Candente já estava em andamento e foram realizadas várias Elevações de Espada até sua inauguração em 1º de maio de 1.976. Antes deste evento participamos junto com Tia Neiva e o corpo mediúnico de alguns ensaios para definir as instruções sobre o ritual, o que deu origem mais tarde à Lei da Estrela Candente.  Logo em seguida foi construída a Cabala, hoje Turigano, representando o Oráculo de Delfos, onde os mestres, na maioria consagrados Adjuntos em 1.978, fizeram a primeira transferência de forças ou heranças, conforme texto abaixo:
As orientações sobre o mestrado não paravam de chegar da espiritualidade e sempre estávamos ao lado da Tia Neiva para elaborar as emissões, formar as falanges missionárias, fazer as devidas anotações sobre leis e rituais e receber instruções para o Ritual do 1º de Maio de cada ano,  nas reuniões no Templo ou na Casa Grande. Cada ano, segundo a nossa Mãe, revivemos, nesta data, as heranças de uma ou mais encarnações.  Por exemplo, o 1º Maio de 1.980, revivemos Veleda, a conjunção de 5 raízes, o prenúncio do 5º ciclo.
Ainda no ano de 1.976  o Nestor (1º Mestre Jaguar) foi autorizado a ministrar aulas de centúria ( Pré-centúria), realizando em torno de 3 a 4 cursos antes da primeira consagração. Paralelamente à realização dos cursos, a nossa Mãe Clarividente ia recebendo o nome dos Povos que, segundo ela, eram Cavaleiros com 3 ou 4 metros de altura   que  representavam as forças das águas, das matas, das cachoeiras, do ouro e da prata etc. e em 30/10/1.977 foi realizada a 1ª Consagração de Centúria, da qual participei como Devas, juntamente com Barros, Capuchinho e Jorgito, na montagem/execução do ritual, quando fomos consagrados centuriões.
Um pouco antes da data acima mencionada, alguns mestres que foram consagrados começaram a se definir na execução das atribuições no Templo e na Estrela Candente,  destacando-se nos comandos dos trabalhos,  buscando suas heranças e logo após algumas Consagrações de Centúria, no final do 1º trimestre de 1.978, aproximadamente, nossa Mãe Clarividente nos chamou para trabalhar na formação dos Adjuntos Koatay 108 Raio Adjuração Rama ou Raja 2000 (Arjuna Rama ou multiplicação divina), na implantação da estrutura hierárquica do Amanhecer,  como doutrina iniciática, com o objetivo de se obter uma maior manipulação de energias, a força decrescente.  De uma forma geral, a referida estrutura era composta dos seguintes mestres: Tia Neiva, Trinos Presidentes e Trinos Herdeiros, Adjuntos, 7º raios, 6º raios, Ninfas e Ajanãs. O trabalho foi intenso até a data da Consagração em 1º de Maio de 1.978. Nesta época já existia em torno de 5.000 mestres e para se definir quem eram os Adjuntos, os Sétimos de cada Adjunto, os Sextos de cada Sétimo, os Ajanãs e Ninfas para cada Adjunto, tivemos que transportar os arquivos do Templo para a Casa Grande, onde Tia Neiva nos orientava na montagem do organograma, no formato oval semelhante ao Templo. Lembro muito bem que junto com o Capuchinho (in memória) fomos até um profissional (desenhista) para transferir a estrutura montada para papel manteiga, com a finalidade de se fazer cópias reduzidas para o preenchimento dos nomes de cada Adjunto e componentes. Na gráfica do Jorgito foi impresso o Sol Simétrico, contendo o nome  dos Trinos Presidentes, Trinos Herdeiros e Adjunto e no dia do ritual todos assinaram, na presença da Clarividente,  para certificar a consagração de cada mestre Adjunto. Com o desencarne da Tia Neiva não sabemos onde foi parar o original do organograma. Em fim, relacionamos todo corpo mediúnico por Adjunto e fizemos um quadro na entrada da Estrela Candente para o posicionamento dos componentes. O ritual teve início às 6 horas da manhã e término às 10 horas da noite e foi realizado no Santuário (Oráculo de Amon Ra), local situado no Lago de Iemanjá, no sentido oposto à Pirâmide, onde o Adjunto pediu a permissão para se espiritualizar, fazendo o juramento em frente à Clarividente e, próximo à Cabala, colocamos três tronos (Vale dos Reis), onde os Trinos Tumuchy, Araken e Sumanã,  entregava a Lei do Arjuna Rama, devidamente assinada, após se espiritualizar no Oráculo de Amon Ra e sua solicitação em nome da Mãe Clarividente. A nossa Mãe não se afastou do local durante todo o ritual. Segundo ela qualquer deslize seria muito perigoso, porque foi aberto um portal de desintegração de forças, onde as heranças chegavam e eram manipuladas e transformadas em eflúvios luminosos. Dois meses após foi realizada uma nova consagração para a transferência dos Rajas para Ramas. Todos receberam a classificação de “ADJUNTO KOATAY 108 RAIO RAMA ADJURAÇÃO”, incluindo os que eram “Solitários Decrescente”.
Os ensinamentos chegavam incessantemente através de nossa Mãe Clarividente, por cartas, aulas no Templo, na Casa Grande. Após o Trabalho Oficial, acompanhávamos a Tia até a Casa Grande, com o pretexto de tomar um cafezinho, onde as instruções continuavam até 4 ou 5 horas da manhã, o que apelidamos de “CORUJÃO” e o café com leite e pão tinha um sabor muito especial. Nestes corujões recebíamos muitas lições e algumas vezes tínhamos a presença do Pai Seta Branca, Pai João, Mãe Tildes, Tiãozinho e outros trazendo novos trabalhos e decisões importantes para a Doutrina, inclusive fazíamos muita  mentalização em favor dos nossos governantes. Em alguns momentos manifestavam, também, espíritos sofredores, como um ex-colega de trabalho do Mestre Mário Sassi.
Após a Consagração foi permitida, por um período, a migração  dos componentes de um para outro Adjunto, com a finalidade de ajustes. Contudo, somente em maio de 1.984, com o surgimento da Lei Dharma Oxinto restringiu-se por completo a mudança de Adjunto, com exceção dos  casos excepcionais, após avaliação de Tia Neiva e dos Trinos Presidentes.
Sem muita precisão nas datas, a partir do final de 1.978 até 1.985 muitos fatos e eventos ocorreram, destacando-se os seguintes:  Os Trinos Presidentes recebem o título de Arcanos e posteriormente os Adjuntos. Em seguida chegaram os Cavaleiros dos Trinos e Adjuntos, dando nova forma às emissões. Os 7º Raios e 6º Raios começaram a emitir com o mesmo Cavaleiro do Adjunto, utilizando os prefixos “Randyê” e “Katon”, respectivamente. Algum tempo depois os Trinos e Adjuntos recebiam o nome dos seus Ministros e a cada classificação a emissão sofria os ajustes necessários sob a supervisão da Clarividente e elaboração dos Adjuntos Alufã, Adejã. Mais um pouco, vieram os Cavaleiros na individualidade com o prefixo “Anday”  e para o Ajanã “5º Yurê” substituindo os Cavaleiros do Adjunto e mais na frente a chegada das Guias Missionárias,  para Ninfas Sol e Lua, sob regência dos Turnos Reili e Dubali, Sabarana e Doragana. Depois dos Cavaleiros e Guias, se apresentaram à Clarividente, os Ministros dos mestres Adjuração e Ajanã. Para entrega dos nomes foram organizados os rituais, no Aledá do Templo, Turigano (Via Sagrada) e por último Casa Grande até o desencarne de nossa Mãe Clarividente.
Poucos meses após a Consagração do Adjunto, a preocupação de nossa Mãe Clarividente tornava-se evidente, uma vez que a nova estrutura montada não estava produzindo os resultados esperados, as forças não estavam chegando, devido a falta de entendimento de nós outros, Adjuntos e componentes e, consequentemente, da quebra de uma contagem. Ela promoveu várias apresentações do Adjunto com o seu povo para corrigir as falhas e não conseguiu. A contagem estabelecida era perfeita, contudo, não era obedecida. Alguns Adjuntos apresentavam mais de 7 Sétimos e outros menos e cada Sétimo mais de 6 Sextos e outros não conseguiam chegar à quantidade desejada. Foi quando o Pai Seta Branca sentindo o esforço e a preocupação de nossa Mãe Clarividente trouxe-lhe a solução,  acabando a obrigatoriedade  de uma quantidade fixa e transformando a estrutura do Adjunto em um “CONTINENTE”, chegando, ao mesmo tempo, novas classificações, as Estrelas e Turnos de Trabalho, para garantir a “CONTAGEM” e uma preparação melhor do Jaguar para outros eventos.  Diante do exposto fomos convocados para definir junto com Tia Neiva, na Casa Grande (denominado SÉTIMO), quais as classificações que deveriam permanecer, uma vez que várias classificações anotadas por nossa Mãe, apesar de textos diferentes, eram semelhantes ou tinham as mesmas características.
Quase ao mesmo tempo, outros trabalhos foram sendo implantados, como Unificação (Quadrantes), Turigano, Randy,  Cruz do Caminho, Leito Magnético, Abatás, Alabá, Estrela Sublimação e os Sandays, sempre com a participação dos Devas Arcanos (Alufã, Adejã e Umaray), nos ensaios e muitas vezes na  elaboração das instruções, assim como nas Consagrações de Falanges Missionárias,  Consagração de Enlêvo, Consagração de Falanges do Mestrado e de Adjunto.
A nossa Mãe Clarividente deixou a mesa posta e após a sua partida o Doutrinador deu continuidade aos trabalhos, aos rituais e consagrações. Além dos rituais e escalas no Templo Mãe,  os Devas assumiram, também,  a missão nos Templos do Amanhecer há, aproximadamente, 25 anos, presenciando muitas conquistas do povo, dos Presidentes e suas ninfas, principalmente do Trino Ajarã, em todo território nacional.
Desde já, me coloco à sua disposição, para quaisquer esclarecimentos mais detalhados sobre este e outros assuntos doutrinários.
ADJUNTO ADEJÃ-FRÓES
2º FILHO DE DEVAS



LEI DO ADJUNTO


Vale do Amanhecer, 17 de Maio de 1978

Salve Deus!

Meu Filho Jaguar:

Deus criando os espíritos, não pôde lhes dar uma personalidade conscienciosa de si mesmo, se não subdividisse sua força, seu plexo. A alma no seu invólucro, buscando separadamente dos instintos do corpo, se alimenta do clima atmosférico sólido de outra natureza. Meu filho, a alma dificilmente se realiza com os prazeres da Terra, ou melhor, com os prazeres do plexo-físico. Tudo esta perfeitamente claro, como é claro o que chamamos de “Morte”, é um nascimento em outra vida nova, eis porque a alma permanece buscando sua verdadeira moradia ou sua verdadeira origem, enquanto o corpo físico, sua tendência é libertar seu comportamento religioso. Filhos!.. jovens Adjuntos Koatay 108: Adjunto é um governo. Ele governa pelo amor e pela justiça, dando-se a cada um segundo as suas obras. Se o Adjunto irradia amor, ele entra no primeiro ciclo, se ele emite seu desequilíbrio, se afasta do ciclo.

Meu Filho, assim há três graus de hierarquia, como há três portas no Templo. Sim, meu filho Adjunto Koatay 108: Há três graus de hierarquia, como há três portas no Templo, há três raios de luz, há três forças da natureza. Estas forças são governadas pela justiça e pela ordem, dando-se a cada um segundo as suas obras. O Templo é a realização da verdade e da razão sobre a Terra, por ele o homem domina a ciência e pela sabedoria emana seus conhecimentos. O seu padrão, meu querido Adjunto, é o princípio e o fim de sua obra, de sua missão. Entenda filho, que havendo à sua frente três hierarquias, três raios de forças desiguais e que você só manipula pelo seu sábio comportamento, isto é, as forças vêm ou chegam cruas para serem preparadas e distintamente manipuladas. Vou explicar mais uma vez: O Templo é a realização, é a figura da verdade e da razão sobre a Terra, nele, constantemente reina um desagregar de forças cristãs de justiça e de “Nekaum” (vingança) fazendo o seu “Alaruê”, o que quer dizer, espírito vingativo fazendo algazarra. Eis porque digo filho, que o seu padrão vibratório é sua sentença. É difícil filho, mesmo dentro do nosso sacerdócio, cumprindo nossa lei, ficarmos em paz ou arriar os punhos que envergam nossas armas, porque cada paciente tem sua força ou chega em desordem para ser coordenada por você, todos vêm com seus Alaruês, testando sua força ou seu equilíbrio. Alaruê, conhecido pelos meus olhos de Clarividente, é uma enorme falange de espíritos que nos testa a toda hora nas nossas vidas, nos nossos caminhos. Espíritos desclassificados, sem maldade, que só fazem discórdia, ciúmes, inveja, muitas vezes trazem alegrias. Porém, nossa missão com eles na Corrente Indiana do Espaço é desperta-los para Deus. Uma mesa ou trabalho que tenha prece em voz alta afasta milhões deles, encaminhando, é claro, para os planos espirituais. Não gostam de loucos ou pessoas desequilibradas, aliás, eles nos desequilibram e se afastam. Não há rancor, e sim tristeza.. irrealizações, frustração nesta linha...Filho, na lei de Auxílio, quando não conhecemos as ciências ocultas, por estarmos na linha da caridade, achamos que nada nos acontece. Nem tanto filho! Juramos uma ciência e nada acontece sem uma razão. A ciência é indispensável no seu caso, meu filho Adjunto, porém, para melhor me esclarecer, há ciência na vida fora da matéria. Filhos, é bem mais fácil sentar-se, relaxar-se, regozijar das nossas boas ações sem sentirmos um mundo a nos aplaudir, porém, quando ficamos a remoer nossas faltas, nossas injustiças, veja caímos em total desajuste. Em tudo provamos que as nossas virtudes prevalecem aos nossos desajustes. Não é muito difícil mantermos em linha, desde que saibamos que podemos morrer em dois planos.

Meu filho Adjunto Koatay 108, no Templo curando todas as moléstias, evitamos muitas vezes a morte e chegamos à velhice, porém, perpetuados pela lembrança da identidade pessoal, sem poder matar as transformações de uma existência, somos acrisolados na ciência do movimento perpetuo que é a ciência da vida. Filho, tudo se renova e se opera pelo equilíbrio da mente. O acrisola mento de um espírito além da vida física, é tão terrível como as enfermidades do corpo.

Meu filho Adjunto Koatay 108, sem pretensão meu filho, de lhe fazer um Monge ou Robô místico, vou lhe descrever as pequenas obrigações de um ativo Adjunto: a) Tornar-se um perfeito cavalheiro e dar o devido respeito aos outros. b) Não passar simplesmente de um religioso, acomodando-se nas maravilhas do misticismo. c) Aprender a ser tolerante, mesmo diante das provocações dos seus cobradores. d) Seguir os princípios do Santo Evangelho e suas revelações, fixando-se nas comunicações reveladas. e) Não causar ansiedade para os outros pelas ações do seu corpo, pelos pensamentos de sua mente ou por suas palavras. f) Não se apegar a nada que te faz sofrer. g) Procure assumir seu compromisso de família com amor, mesmo a distancia dos mesmos, ou quando por incompatibilidade se afastar da esposa e filhos. h) É preciso discernir entre o que é importante e o que não é ser firme como uma rocha quando à tua frente tiver que decidir entre o bem e o mal. Esforça-te por averiguar o que vale a pena ser feito, não uses em vão as tuas armas. i) Não entregue sua alma à fatalidade que é a verdade infernal, possessões de fatalidades das almas enfraquecidas, sem fé em Deus. Estamos com duas espadas, onde podemos nos defender. Filho, o segredo das ciências ocultas é o da natureza mesmo, é o segredo da geração dos Grandes Iniciados e dos mundos de Deus. Os Grandes Talismãs da vida, a substância criada é chamada atividade geradora. A manipulação do “Fogo” na mirra, Sal e Perfume. j) Evite a disciplina relacionada com os outros, lembra-te sempre que, enquanto tiver um corpo material, tens que enfrentar as forças do teu Plexo-Físico, nascimento, velhice, doenças e morte. Não devemos apagar nada além das nossas necessidades físicas. k) E para melhor servir na tua hierarquia, crie uma personalidade em frente às três portas da vida iniciática. Sem ironia, e com distinção dos que respeita, amando. l) Junto a esta lei te darei a história de minha vida, do meu sacerdócio, onde poderás entender e seguir. É só o que posso te dar filho, por enquanto.

Eu, tua Mãe Clarividente, na voz de Koatay 108.

Em Cristo.

Tia Neiva.


2ª CARTA À CORPORAÇÃO DE MESTRES ADJUNTOS

Salve Deus, meu filho!
Quero deixar bem esclarecida a vida além do mundo físico.

Fui levada por Humahan, há muitos anos, a prestar contas de um quadro de uma enorme família que chegava da Terra. Interessante aquele grupo que viera por um desencarne em massa. Todos se organizaram, chegaram ricos e compraram suas mansões.

Perguntei a Humahan:

- Onde conseguiram dinheiro?

- Conseguiram na luz de seus bônus.

- O que fizeram para ganhar bônus?

- Fizeram amigos na Lei do Auxílio. Respeitosamente tiveram suas consagrações ou sacramentos e com respeito e amor ajudaram os outros. Tiveram tolerância com seus vizinhos e demais comportamentos que não fazem sofrer os outros.

Sim, é fundamental a tolerância para os que estão em julgo. Precisamos, filho, ter muita paciência com os demais. Dessa paciência é que vem o amor. O amor incondicional.

Veja, filho: Quando não temos um filho não sabemos o valor, a importância do amor incondicional. Cresce dentro da gente uma vontade muito grande de proteção. E Deus faz com que nossos filhos sejam nossas vítimas do passado. Mesmo porque o “homem pai” amolece o seu coração no desejo de proteger. Pai na totalidade. O homem ainda tem o seu coração muito duro.

- Sim, deixa pra lá - dizia Humahan - Vamos ao sentido dessa mensagem. A grande família estava no Canal Vermelho e caminhava em sua missão. Enquanto isso, cada dia chegava um atrasado e ficava ali até chegar na sua origem colonizada.

- Porque tudo isso?

E Humahan me respondeu:

- Porque os espíritos só vão para a origem colonizada quando chega o último e que não tem inimigo em seu povo.

Sim, me lembro de algo que Humahan preparou para mim: naquele dia ia para o sono cultural um jovem que deixara na Terra uma complicada cobrança, uma jovem mulher empenhada em dívidas. Agora, ele teria que voltar a Terra e nascer no lar de sua enteada. Era o quadro que eu via. E Humahan me explicou:

- A moça já está grávida, agora veremos se dá tempo. Seu sono, sua cultura foram muito tristes. Ele teria que voltar quando tivesse sete anos. Se tudo corresse bem, poderia voltar até os setenta ou oitenta anos.

- Por que a enteada?

- Porque o jovem se apaixonou por ela, fez dívidas e, estragando sua vida, deixou também a mulher “naquela situação”.

- Mas que culpa teria a moça de perder seu filho, que é uma dor tão grande?

- É que ela alimentava a paixão de seu padrasto, perdendo o sentimento de mãe, não havia respeito. Já se passaram cinqüenta anos, mais ou menos, e Deus não tem pressa. Eles estão chorando porque aqui sofrem mais e são mais conscientes.

- Mas não é esta família que estava na Terra?

- Não. Amaro, que é este jovem, já estava endividado com Susana. É a segunda vez que ele volta. Seu pecado é o de não respeitar a sua família. Se comporte em seu lugar, como mestre instrutora. Não é falta de respeito, o comportamento. Estando na Terra, todos podem se libertar uns dos outros sem precisar traumatizar ou cravar uma injúria ou uma falsidade, que é o mesmo que matar fisicamente. E o nosso amigo estava devendo anteriormente.

- Vai e volta, e ninguém lhe ensina nada?

- E o sono cultural, filha? Lá é dito tudo o que o homem precisa saber. Inclusive vem num lar decente, com pais que ensinam a moral. Não há necessidade de erro. Todos têm uma oportunidade. Em cada canto tem alguém ensinando alguma coisa.

E entre lágrimas e tristezas o nosso personagem se despediu para o sono cultural. Sabe Deus quando voltará. Se tudo der certo, faz sua cobrança e volta.

Pensei comigo, o que é bom para um não é bom para o outro. E vendo aquele mundo de gente, pensei em um por um desses... e ele vendo o meu pensamento foi logo dizendo:

- Sim as coisas de Deus são assim! Na Terra, todos têm o seu encaminhamento e aqui muito mais. Veja ali na Ponta Negra! Olha o Vale Negro lá em baixo!

Lá tinha comícios de todo jeito. Gente eufórica maldizendo e vibrando em outros aqui na Terra. Um triste espetáculo. Aquele trabalho constante. Grupos enormes fazendo Abatás. Outros emitindo aqueles enormes sermões. Quando Humahan me despertou, dizendo que eu visse que aqueles não eram os mesmos de todos os dias. Que aqueles sermões ajudavam aquele povo.

Uma das coisas mais bonitas que eu vejo ultimamente são os Cavaleiros Caçadores da mesma Legião de São Lázaro. E acredite, meu filho, que estamos chegando no tempo dos Caçadores. Mas para chegar a esse tempo é preciso o Abatá dos Caçadores. É preciso que o Jaguar conheça bem seus sentimentos, suas vibrações e se desarme contra seus vizinhos, sabendo que o homem luz só está evoluído quando não se preocupa com o seu vizinho.

De repente nós estávamos em frente ao grande Yumatã. É um lugar no Canal Vermelho que, de quatro em quatro horas, muda a iluminação.

Ao longe via a torre dos grandes Oráculos destinados a esta obra. Obatalá, na força de Simiromba e Apará nos grandes poderes de Olorum. Fiquei encantada com aquele rosário de luzes que envolvia aquele mundo mágico

- Breve estará ali, filha, apesar de sua estrada ser outra.

Sim, meu caminho é singular. Passei por outra estrada, mas na bênção da consagração de Olorum e Obatalá.

Salve Deus!

Com carinho a mãe em Cristo Jesus,
11.09.84


1º CARTA À CORPORAÇÃO DE MESTRES ADJUNTOS.

Meu filho Jaguar Salve Deus!

No mundo missionário dos espíritos, há sempre uma luz que predomina, mas há sempre um missionário que refreia os seus dotes de bom cristão e vai penetrando ele mesmo, e, em vez de “puxar” a sua missão para fora, fica a se promover como aquele que tem as suas superstições e vive a acender velas atrás da porta... E, quando pára a sua nave, porque a sua história terminou, ele chega do outro lado e encontra um mundo dinâmico, fica a se envergonhar atrás de suas “roupinhas velhas trazidas da Terra”.

Sim, meu filho, a vida é igual às vidas.

Não temos muito o que fazer dentro da nossa individualidade, por isso, nos encontramos, todos os dias, com “ela”. Formamos os nossos sonhos e nos atiramos nos grandes painéis que formam o calendário da vida na Terra.

Sim, na Terra, porque a Terra só ouve os nossos lamentos quando abrimos os nossos PLEXOS. É por isso que eu os vejo tão grandes e acredito em vocês, meus filhos Jaguares, e nas coisas que vocês têm para oferecer, e porque os ensinei a transmitir o suficiente em suas jornadas.

Tenho que ensinar-lhes mais coisas e, muitas vezes, penso como o VELHO SERRANO: Velho Serrano tinha o seu castelo na subida da serra e emitia as coisas que lhe vinham e que ouvia do céu. Contam que, depois de ensinar com esmero um grupo de jovens e fazê-los missionários cristãos, explicava-lhes como “limpar” seus caminhos e como devia caminhar um missionário cristão... O fato é que, chegando o dia da partida daquele grupo, um dos missionários perguntou-lhe:

- Mestre, o que devemos fazer de melhor quando sairmos daqui? Os dons da Sabedoria, da Ciência, da Fé? O dom de curar enfermos, as operações maravilhosas nos castelos e palácios? Discernir um espírito... Qual a maior virtude?

- A maior virtude, - respondeu-lhes o Mestre - a maior virtude é a caridade sofredora, a benigna caridade, aquela CARIDADE que o Missionário faz sem leviandade, sem sublimação, até pelo contrário, às vezes, se “esquece até de Deus” para servir ao seu semelhante.

Essas são as pedras brilhantes que vão enriquecendo o nosso “pobre” tesouro, em nossa LEGIÃO: a CARIDADE SOFREDORA, filhos.

Terminadas suas explicações, Mestre Serrano, batendo nas costas de cada um, soluçando, despediu-se e todos fizeram o mesmo com seu Mestre, e foram cumprir com sua missão. Desceram prontos e com eles um só pensamento: O SENHOR É O MEU ROCHEDO, O MEU LUGAR FORTE, A MINHA FORTALEZA... EM QUEM CONFIO O MEU ESCUDO, A MINHA SALVAÇÃO. EM DEUS PAI TODO PODEROSO ENCONTRAREI O MEU REFÚGIO!

Enquanto andavam, um tagarelava:

- É, Mestre Serrano nos disse que quando adquiríssemos a prática, seria tempo de afiarmos nossas ferramentas. Estamos afiados porque não fazemos mais aquelas perguntas insignificantes, viu? Todo aquele acervo científico que adquirimos, toda Luz do nosso mestre, resultou em poucas palavras: a virtude está na caridade, no auxílio da caridade sofredora!

Riram! Nisso, começou uma polêmica científica, que se equiparava ao mestre. Viram o quanto eram maravilhosos os ensinamentos daquele mestre. Ficaram tão empolgados que quase não se aperceberam de uma mulher chorando, sentada na estrada, tendo uma ferida sangrando. Eles se apavoraram com aquele sangue e, de imediato, ergueram as mãos para o céu e pediram a Deus a força do prana, e a mulher ficou curada.

É, meu filho Jaguar, não devemos pesar os nossos dotes e não vamos dar explicações uns para os outros daquilo que fizemos ou adquirimos.

Salve Deus, meu filho Jaguar! Cada um procure saber o que adquiriu consigo mesmo.

Meu filho, esta é a nossa primeira aula e vou procurar deixar, em cada uma, uma passagem escrita.

Cuidado, filho! Lembro-me de uma vez que, ali nas imediações do I.A.P.I., curei uma mulher que, também, sangrava muito e, ao chegar em casa, eu falava para uma porção de motoristas sobre o que fizera, quando PAI JOÃO DE ENOQUE chegou ao meu ouvido e alertou:

- Fia, cuidado! Estás conversando muito... Próxima de você tem outra mulher com um problema semelhante e, talvez, você não possa curá-la... Essa não é a sua especialidade. Sua especialidade ainda é a Doutrina, e não lhe foi entregue, ainda, um mestre!...

Isso aconteceu em 1959.

Em Cristo Jesus, espero deixar em todos os nossos encontros uma carta.

Com carinho, a Mãe em Cristo Jesus,

Vale do Amanhecer, 31-07-84


O AROMA DAS MATAS


Será que tudo não passa de um sonho?

Este era o conflito que vivia em minha mente, a pergunta que pairava dentro de mim...

Sem que me desse conta de mim, continuavam à minha revelia as viagens, as visitas e os incansáveis ensinamentos.

Certo dia, estava cansada e também um pouco revoltada porque ou eu estava com os espíritos ou tinha alguém me perguntando por eles. Com este espírito de cansaço, saí do corpo, isto é, me desprendi do corpo, e me vi em uma terrível caverna.

Verifiquei que me encontrava em um grande nevoeiro. Senti meu corpo leve como uma pluma e os meus movimentos não respeitavam meus esforços. De repente, uma luz brilhou sobre a minha cabeça. Olhei em torno, e pude verificar que agora me encontrava só, em meio a uma grande floresta.

Era uma noite de Lua clara no céu. Vi fragmentos de prata viva sobre as copas das árvores, que brilhavam como diamantes.

Impossível descrever a sensação que me invadia!

Parecia que todos os meus desejos se achavam satisfeitos e que me encontrava inteiramente livre do meu corpo e do seu peso e, no entanto, eu era eu!

E, assim, fui penetrando naquele interior, quando um vento frio como uma brisa envolveu o meu corpo e foi me jogando de um lado para outro, dando a sensação de estar deitada. Levantei-me com uma roupa diferente, finíssima, que não era minha.

Logo veio a confusão! As árvores, as folhas que pareciam tremer no chão, no espaço... não sei. Só sei que tudo se modificou: já estava numa mesa, ouvia vozes, reconhecia algumas palavras, como esta - AROMA DAS MATAS, que não esqueci.

Sim, vim a saber, depois, que ali estava para receber o Aroma das Matas, que era uma consagração dos Caboclos. Era uma Iniciação!

Salve Deus!

Tia Neiva.

1959.


O QUE É ANGICAL

 Salve Deus!
 Meu filho Jaguar:

Porque se identificar tanto com o corpo material e falsamente querer distinguir um plano do outro? Meu filho vamos procurar a afirmação do extra-sensorial e para obtermos esta segurança, somente aqueles que se dizem nossos inimigos nos impulsionam à Verdade. Porque filhos, somente a dor nos redime, nos esclarece do bem e do mal. Então eis porque Deus nos confronta frente a frente com as nossas vítimas do passado, e delas ou por elas, inconscientemente sentimos na carne o que a fizemos sentir. Então vem a luz extraída da grande dor refletida. Sim meu filho, temos tudo na nossa vida na terra. Vivemos um rítimo acelerado na esperança de encontrar um porto feliz, para desembarcarmos em paz desta viagem. Porém nós temos por lei de divulgar nesta viagem, o que nos é de direito e o que prometemos do bem e do mal.

Todos desejam triunfar na vida e na morte. Enquanto uns reagem diante do fracasso, outros se deixam abater. Nossos triunfos são medidos pelas nossas tendências em perseguir na luta e na habilidade com que somos capazes, enquanto ao fracasso dizemos as nossas inconformações. Quanto ao fracasso, as nossas inconformações na luta franca, mental, podemos muito bem dominar as nossas paixões, os nossos desejos. No domínio de nossa inteligência, conseguimos alcançar o que queremos. Não nos expondo ao egoísmo, podemos controlar os nossos sentimentos, sofrendo menos, é claro. Sim filho, porque em tudo temos uma razão. Vamos neste instante lembrarmos de Jurema, a linda crioula que se dispôs à sua missão e se desfazendo de sua revolta, assumiu o comando em sua jornada.

Jurema era uma pequena escrava que Pai João de Enoque e Pai Jose Pedro de Enoque incluíram em sua missão e com ela, também: Janaina, Iracema, Jandaya, Janara, Iramar e Juremá, todos escravos de fazendas vizinhas, exceto Janaina que era uma sinhazinha.

Foi na era de 1700. As forças se deslocaram desta vez para o Brasil. Toda a Tribo reencarnou naquela era que nos parece distante e desta vez prevaleceu a Magia, porém, a Magia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Então as forças se cruzaram e o espírito a caminho foi se desvirtuando, a ponto de provocar novas dívidas; outros se iluminaram e outros descambaram. Porém o Povo dirigido pelos Enoques chegou até aqui. Pensamos nos desajustes e evoluções destes espíritos “Elítrios”, acrisolados em seus próprios destinos de obsessão e neste campo de evolução, chegaram até aqui. Porém, o que mais nos identificou foi à vivência do Angical. Os reajustes se acentuaram naquele pequeno povoado, onde os velhos imperadores voltaram na roupagem de Pretos Velhos, pequenos fazendeiros, senhores de engenhos e demais, quem sabe Deus!

Hoje, no Templo do Amanhecer, os mais esclarecidos buscam os que ainda estão nas trevas ou no alcance de suas cobranças. Agem se esclarecem e voltam para Deus em busca de suas origens; são espíritos que já sofreram tanto, que às vezes evoluem com os primeiros esclarecimentos dos Doutrinadores e dos Aparas. Seção de Angical é uma bênção de Deus. É suficiente uma camisa xadrez, uma fita e sua identificação, ou uma saia de chita e uma blusa preta; esperar que os Mentores os tragam até aqui, desde que se faça a abertura às nove e meia da noite. Seu encerramento não tem hora determinada. Um Apara e um Doutrinador fazendo uma corrente magnética, tem a permissão de Deus de retirar um “Elítrio”, conforme o seu merecimento.

Porém, o fato é que há necessidade nos planos espirituais que estes espíritos voltem para Deus. Tudo, sem dúvida, na Lei de Auxílio, que é a única maneira de chegarmos a Deus.

Com carinho, a Mãe em Cristo, Tia Neiva.

Vale do Amanhecer, 05 de março de 1979.
 

GRANDE ORIENTE DE OXALÁ


1. Triângulo divino do Senhor! Neste instante e por todos os instantes de minha vida, respeito e respeitarei as leis do meu Pai que está no Céu!

2. Tudo me vem do Reino de Deus, que está dentro de mim. Preciso e abaterei as trevas! Nada resiste ao poder dinâmico.

3. Escuto a voz do silêncio e nenhuma escuridão é demasiada para a luz divina.

4. Sou abençoado pelo Senhor, que habita em mim. Pelo pensamento, neste instante, vou controlar minhas forças mentais e vitais!

5. Nenhum pensamento negativo poderá entrar em minha mente, sempre levada pela minha vista mental.

6. Iluminada Luz Cósmica! Meu ambiente é meu reflexo de minha mentalidade.

7. Recebo abundante energia do meu reservatório universal. Meu organismo executa perfeitamente suas funções.

8. Os meus olhos, os meus ouvidos, entrego neste instante. E pelo pensamento e somente em nome da caridade, pelo amor universal, sem prejuízo de qualquer perda espiritual, entrego-me às forças que separadamente governo.

9. Poder vital, divinal do meu Senhor que está nos Céus, conscientemente tenho o governo, os poderes destas rédeas, em todos os instantes da minha vida, o poder destas forças.

10. Sinto sempre as rédeas em minhas mãos! O Altíssimo tem o seu templo em meu íntimo!

11. Minha maior ambição é o futuro progresso do meu espírito. Nada resiste ao poder dinâmico do meu pensamento.

12. Preciso transportar-me para o benefício de meu irmão, e transportar-me-ei. Em breve serei libertado de todos os maus hábitos. Nada resiste ao poder dinâmico!

13. Dentro de poucos instantes, chegarei à MESA ORIENTAL e minha vista mental alcançará a Luz Cósmica. Sou senhor de minha atmosfera mental.

14. Vivo e ajo na absoluta fé que tenho no poder de fazer o que, em nome do Senhor, eu quiser. O amor e a chama branca da vida residem em mim! Salve Deus!

(9 de novembro de 1959 – data do meu ingresso na Alta Magia)

Salve Deus!

Tia Neiva.

Vale do Amanhecer, 09/11/59.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O MESTRE E SUA CONDUTA



            Uma frase de Tia Neiva resume a necessidade da conduta doutrinária: “O Mestre que não conhece as Leis do Amanhecer não se cura e tão pouco cura coisa alguma!” Quem não tem conduta doutrinária, não conhece as Leis de nossa Doutrina ou, conhecendo, nelas não acredita ou, acreditando, mesmo assim não tem forças para dominar-se, agindo de modo errado perante estas Leis. Aqueles que procuram todo tipo de justificativas para seus atos devem lembrar-se de outra frase de Tia Neiva: ‘Ao Iniciado de Nosso Senhor Jesus Cristo não é admissível dizer que cometeu desatinos levado por correntes negativas!’
É claro que a Espiritualidade nos compreende, entende nossas fraquezas, procura nos auxiliar na medida do possível. O mundo espiritual está acima da moral transitória e, muitas vezes, hipócrita da sociedade. A maior moral reside no ensinamento de Jesus: “Não faça aos outros aquilo  que você não quer que os outros lhe façam! ”. Se seguíssemos este ensinamento não nos envolveríamos em maledicências, ciúmes, invejas, ódios. Se seguíssemos este ensinamento não decepcionaríamos aqueles que acreditam em nós, não agiríamos de modo a denegrir a nossa Doutrina através de nossos atos. Assassino não é só aquele que tira a vida física, mas também aquele que mata as ilusões, as crenças e esperanças de outro ser humano.
            A verdadeira conduta doutrinária não é fácil, como não é fácil nada nesta vida. Buscar esta conduta é evoluir, é crescer espiritualmente de modo singelo, sem procurar ser santo, buscando sim, ser honesto consigo mesmo, lembrando sempre da frase de Tia Neiva: “O homem que tenta sublimar, por vaidade religiosa, o seu centro nervoso real se inflama e ele passa para um quadro psíquico, tornando-se uma arma perigosa, decepcionando os que acreditavam em seu estranho comportamento”.
            A boa vontade é uma arma valiosa neste aprendizado. A boa vontade em aprender, a boa vontade em reconhecer que nada somos e que cada um tem muito a ensinar aos outros e que só aprendendo poderemos chegar ao nosso objetivo final.


                                                                                                                                                                 ADJUNTO PARLO

O MESTRE E SUA VOZ



Os mantras sonoros são utilizados por todas as doutrinas iniciáticas. Na Doutrina do Amanhecer temos os cantos, os hinos e as emissões. O mestre deve entender que a sua emissão e o seu canto trazem forças de sua procedência espiritual  e podem significar a cura do paciente.É, portanto, obrigação do Mestre desta Doutrina cuidar de sua voz, de sua dicção, se esforçando por pronunciar corretamente as palavras, dando a cada uma a ênfase que necessita. Além disso, saber colocar a vibração apropriada em cada palavra, mentalizando o que elas significam, gerando campos de forças que atravessam o neutronchegam aos receptores espirituais e voltam ao plano físico trazendo energias. O mestre deve envolver os que ouvem sua emissão na cadência e na vibração de sua voz, prendendo suas mentes na sintonia daquele momento. Nada deve ser dito descuidadamente ou apressadamente. Cada palavra deve ser sentida, mentalizada antes de ser dita. É como uma criança que se alegra produzindo as mais belas bolhas de sabão ou como a cozinheira que tem prazer em saborear a comida que logo será servida. Vamos, então, dar o devido valor à nossa voz. Vamos ‘saborear’ as palavras que pronunciamos, vamos desenvolver um Estilo Iniciático, que nos trará mais forças, mais realizações. Se fizermos a nossa Emissão e Canto sempre com muita concentração, naquela atitude de quem está sendo ouvido não só no físico mas, também por todo o plano espiritual, poderemos, quem sabe, entender  a firmação de Tia Neiva quando disse que,“dependendo da sintonia da mente, a emissão é uma tarefa puramente santa”. 
            As ninfas missionárias, com seus cânticos, são o mais belo exemplo do que se pode conseguir com a vibração da voz, a serviço de um trabalho na Lei de auxílio: Beleza, magia e  uma poderosa energia que a todos atinge, renova e cura

                                                                                                                                  ADJUNTO PARLO

O MESTRE E SUA ESCALA



            Uma das coisas mais importantes nesta Doutrina é a escala de um mestre.       Infelizmente, muitos não se conscientizam da responsabilidade que assumem ao faltarem suas escalas. Não entendem que, ao assumirem este compromisso, as forças começam a se deslocar em função do cumprimento de sua escala, e no dia e hora certa essas forças chegam.
            O Mestre que não cumpre sua responsabilidade, além de decepcionar àqueles que contavam com ele, prejudica o trabalho e, em conseqüência, os pacientes que dependem dele. Claro, o trabalho é feito. Mas, será que é feito como deveria ser? Será que atingiu os seus objetivos? De quem é a responsabilidade se pacientes deixaram de receber a cura que necessitavam?
            Muitas vezes, o médium se pergunta por que não consegue resolver os seus problemas. Será que aquela escala cumprida, com amor, não seria um grande lenitivo para as suas dores?
            Mestre,  pense duas vezes antes de assumir um compromisso, uma escala. Não é brincadeira. É muito sério. Você corre o risco de atrapalhar sua vida e comprometer sua jornada espiritual. Você confiaria em alguém que não respeita os seus compromissos? Por que a Espiritualidade confiaria? Eles são precisos, não movimentam forças em vão. A força de um médium é proporcional à responsabilidade com que cumpre os horários de trabalho. Se não há responsabilidade, não há confiança, não há forças, não há cura. Não há um Poder Espiritual por trás de você. E se nada disto há, o que você é? O que está fazendo nesta Doutrina? O que pretende alcançar?
            A conscientização é a resposta para tudo. Ela cura, ela liberta, ela harmoniza. O mestre conscientizado, que trabalha, por amor, é feliz!


                                                                                                                      ADJUNTO PARLO

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

                                                                                         
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TIA NEIVA - NOSSA MÃE MENTORA


Neiva Chaves Zelaya, Tia Neiva, Mãe Neiva, Nossa Mãe, Agla Koatay 108. São várias as formas que podemos nos dirigir a esta mulher, que foi um ser extraordinário que recebeu e estruturou esta Doutrina do Amanhecer em cada um de nós.
O potencial de Tia Neiva não pode ser resumido na clarividência, pois ela foi dotada de mediunidade universal, isto é, possuía todos os tipos de mediunidade, qualidade peculiar de um ser Iluminado.
Essa condição permitiu que, dentro de modesta e simples condições, Tia Neiva vivesse e agisse, simultaneamente, em vários planos existenciais com plena consciência em cada um desses planos, visualizando o passado ou o futuro, traduzindo suas visões em termos coerentes e racionais.
Podia ver e conversar com seres de outras dimensões e de planos inferiores ou superiores, realizava transportes e desdobramentos, o que permitiu que fizesse um curso no Tibete, com o Mestre Humarram, sem que seu corpo físico de deslocasse do Vale do Amanhecer.
Em 1958 deixou o Núcleo Bandeirante, onde começara sua missão espiritualista, e fundou, em 8 de novembro de 1959, a União Espiritualista Seta Branca - UESB, na Serra do Ouro, próximo a Alexânia, Goiás, dando início à missão que recebera de Pai Seta Branca. Em 9 de novembro de 1959 ingressou na Alta Magia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em 1964 mudou-se para Taguatinga, onde funcionou a Ordem Espiritualista Cristã, transferindo-se para cá, em novembro de 1969.
Pela Doutrina, Tia Neiva implantou a importante conduta doutrinária em seus médiuns, capacitando-os ao atendimento sob a ação das forças iniciáticas, sem precisar da manifestação dos pacientes, que não precisam revelar quem são, o que fazem ou de onde vêm.
Vivificando o Evangelho de Jesus, simples e humana, foi Tia Neiva uma grande mãe para todos nós, sempre nos tratando com amor e carinho, compreensão e tolerância, suavemente nos impondo o respeito e a obediência a ela devidos como líder de uma Corrente cuja grandeza e limites não podemos alcançar.
Sua vida, suas dificuldades, seu sofrimento, sua Doutrina, de tudo consta uma grande parte nos diversos trabalhos elaborados por seu companheiro, o Trino Tumuchy, Mestre Mário Sassi.
No Evangelho de João (XIV, 12 a 17 e 26), nos é transmitida a palavra de Jesus: E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós os conheceis, porque habita convosco e estará em vós! (...) Mas aquele Consolador - o Espírito Santo – que o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito!
Pela Doutrina do Amanhecer, aprendemos a manipular as forças que nos competem, agindo na Lei do Auxílio em benefício de nossos irmãos encarnados e desencarnados, aliviando nosso carma pela Lei de Causa e Efeito, em busca do conhecimento e aprimoramento de nossa conduta doutrinária.
E tudo isso devemos à nossa querida Mãe Clarividente, que representa, para nós, aquele ESPÍRITO DA VERDADE, porque nos trouxe uma nova esperança, através desta Doutrina que nos libertou de dogmas religiosos e superstições, fazendo, em nossas mentes, a substituição de velhos ensinamentos, que exigiam a fé cega e desprezavam a razão, por noções simples e claras, com bases científicas, com idéias diretas e profundas que nos permitem entender o Universo e conciliando a Fé e a Ciência que nos impulsam para a Nova Era.
Em mensagem de 9 de abril de 1978, Tia Neiva nos disse: “... É somente pela força do Jaguar, nesta Doutrina do Amanhecer, e na dedicação constante de nossas vidas, por amor, que podemos manipular as energias e transformar o ódio, a calúnia e a inveja em amor e humildade, nos corações que, doentes de espírito, permanecem no erro. Quantos se perdem por falta de conhecimento e por não terem a sua lei. Nós temos a nossa Lei, que é o amor e o espírito da verdade! Vamos amar, e na simplicidade de nosso coração, distribuir tudo o que recebermos, na Lei do Auxílio, aos nossos semelhantes...”
Fazemos aqui apenas este registro singelo, como uma pequena homenagem a este grandioso espírito, recordando algumas palavras marcantes de nossa querida Mãe:
  • DEIXE QUE A LUMINOSIDADE DIVINA ILUMINE O TEU SER!... FECHE OS OLHOS FÍSICOS E ABRA OS OLHOS DO ESPÍRITO, PARA QUE JESUS POSSA ENTRAR...
  • SOMENTE O AMOR NOS GUIA E NOS TESTA A TODOS OS INSTANTES DE NOSSAS VIDAS CÁRMICAS.
  • MUNDO É UM HOSPITAL ONDE A CURA É A PRÓPRIA DESOBSESSÃO.
  • DECEPCIONAR OS OUTROS É O MESMO QUE ASSASSINAR, MATAR AS ILUSÕES, OS SENTIMENTOS DOS QUE ACREDITAM EM NÓS!
  • QUANDO CHEGO NO TEMPLO OU NAS HORAS DE TRABALHO, ESQUEÇO DE NEIVA E PASSO A VIVER SOMENTE TIA NEIVA.
  • SER HONESTO EM TODOS OS SENTIDOS! NÃO SE ESQUEÇA DE QUE, POR MAIS ESCONDIDO QUE ESTEJA, A SUA SOMBRA PODERÁ SER VISTA!...
  • A NOSSA RESPONSABILIDADE É GRANDE DEMAIS PELO COMPROMISSO QUE ASSUMIMOS, NOS PLANOS ESPIRITUAIS, PARA SERMOS O SOCORRO FINAL NESTA NOVA ERA.
  • NÃO SOMOS POLÍTICOS. PORÉM, TEMOS COMO OBRIGAÇÃO OBEDECER ÀS LEIS E CUMPRIR COM DIGNIDADE O QUE NOS REGEM OS GOVERNANTES DE NOSSA NAÇÃO.
  • JUNTO A MIM, NA LONGA ESTRADA, EM DIREÇÃO À PORTA ESTREITA, ESTÁ COMIGO O DOUTRINADOR!
  • TODOS NÓS TEMOS UM AMOR, UM GRANDE AMOR NA NOSSA VIDA, QUE DIZ SER A NOSSA ALMA GÊMEA!
  • QUANDO ESTAMOS EM PAZ COM A GENTE MESMO, NADA NOS ATINGE.
  • VAMOS EQUILIBRAR OS TRÊS REINOS DE NOSSA NATUREZA E PAGAR COM AMOR O QUE DESTRUÍMOS POR NÃO SABER AMAR...
  • QUANTO MAIOR FOR O CONHECIMENTO DENTRO DA CONDUTA DOUTRINÁRIA, QUANTO MAIS PARTICIPAREM DOS TRABALHOS NO TEMPLO, MAIS CONFIANÇA VÃO ADQUIRINDO E, ASSIM, A INSEGURANÇA VAI ACABANDO.
  • DEVE SER EVITADO O EXCESSO DE CONFIANÇA, PENSANDO QUE NADA MAIS TEM A APRENDER, E CAIR NO FEIO ABISMO DA VAIDADE!
  • VAMOS, MESMO QUE COM ESFORÇO, NOS TORNAR PRESTATIVOS, CUIDANDO DE TUDO E DE TODOS COM ATENÇÃO E CARINHO, FAZENDO COM QUE AS PESSOAS SE SINTAM BEM COM NOSSA PRESENÇA.
  • A LÍNGUA É O CHICOTE DO CORPO!
  • REMONTAMOS SÉCULOS, ATINGINDO NOSSOS ENSINAMENTOS E NOSSAS HERANÇAS TRANSCENDENTAIS, PORQUE SABEMOS QUE TUDO VIBRA E IRRADIA NESTE UNIVERSO, ONDE TUDO É FORÇA, É LUZ, É VIDA!...
  • NÃO DÊ OUVIDOS A INTRIGAS NEM A CALÚNIAS. SÓ A ÁRVORE QUE DÁ BONS FRUTOS É APEDREJADA POR AQUELES QUE NÃO ALCANÇAM SEUS FRUTOS. A ÁRVORE QUE NÃO DÁ BONS FRUTOS, NINGUÉM DÁ IMPORTÂNCIA A ELA...
  • PRECISAS DISTINGUIR ENTRE O VERDADEIRO E O FALSO. DEVES APRENDER A SER VERDADEIRO EM TUDO: PENSAMENTOS, PALAVRAS E AÇÕES.
  • PRINCÍPIO SUPERIOR DE TODOS OS MISSIONÁRIOS É O TRABALHO.
  • EQUILÍBRIO MORAL É O PRINCÍPIO E O PODER DE TODAS AS COISAS.
  • PROCURE O LADO BOM DA VIDA. SEJA OTIMISTA, PROCURE SUBIR E ESPERE SEMPRE O MELHOR. COM O CORAÇÃO ESPERANÇOSO, TEREMOS TODAS AS COISAS
    NOBRES QUE DESEJAMOS.
  • Dinah da Silva
    1ª Dharman Oxinto

VALE DO AMANHECER

Origem atual

O movimento doutrinário e religioso, conhecido como “Vale do Amanhecer”, tem dois aspectos distintos, duas maneiras de ser visto: a primeira, é em sua origem remota, o caminho percorrido pelos espíritos que o compõem; a das circunstâncias que presidiram sua formação atual. Em primeira instância, trata-se de um grupo de espíritos veteranos deste planeta, todos com 19 ou mais encarnações, juramentados ao Cristo e que se especializaram no trabalho de socorro, em períodos de confusão e insegurança. Tais situações surgem, sempre, no fim dos ciclos civilizatórios, quando a Humanidade passa de uma fase planetária para a seguinte. Esses ciclos, embora variáveis em termos de contagem do tempo, se apresentam à visão intelectual da História como tendo mais ou menos 2.000 anos. A cada dois milênios termina uma etapa e começa outra. Porém, por alguns séculos, as duas fases coexistem. Podemos tomar, como exemplo, o período que antecedeu o nascimento de Jesus e os três ou quatro séculos que se seguiram. Um exame acurado dos acontecimentos históricos registrados explica essa mistura de duas etapas. O mesmo está acontecendo em nossa época, desde o Século XVIII, em que o mundo como que explodiu em fantásticas conquistas sócio-econômicas, ao mesmo tempo em que começou a declinar no que poderia se chamar de “humanismo”. Esse fenômeno é particularmente verificável nesta Segunda metade do Século XX, no qual as conquistas científicas, por exemplo, coexistem com a desvalorização progressiva do ser humano. A característica de nossa civilização atual é de descrença e desesperança nas instituições, nos marcos civilizatórios que regem nossas atitudes. Num paradoxo aparente, essa “morte civilizatória” produz na mente do Homem a ansiedade por bases mentais mais firmes, mais calcadas na imortalidade da civilização. A descrença nas instituições regentes leva à busca de instituições mais biológicas, seguras, mais transcendentais. Isso pode ser facilmente percebido pela procura atual de soluções religiosas e de novas formas do encontro com o espírito. Atender a essa necessidade é exatamente a finalidade e a missão desse grupo de espíritos que aparecem sob a égide do “Vale do Amanhecer”. Sua missão é oferecer ao Homem angustiado e inseguro uma explicação de si mesmo e um roteiro para sua vida imediata. Para que isso fosse possível, e a missão cumprida com autenticidade, o trabalho não poderia ser feito seguindo-se as velhas fórmulas de religiosidade, considerando-se “velhas fórmulas” os documentos escritos, as revelações de iluminados, de profetas, das tradições, das doutrinas secretas e da dogmática de modo geral, empregada na base da fé e do medo. O Homem só adquire segurança quando o equacionamento de sua vida se apresenta verificável, para ele individualmente, qualquer que seja sua posição sócio-econômica. Se num primeiro momento as instituições lhe oferecem proteção e segurança, isso logo se desfaz na vivência dentro das mesmas, quando seu próprio juízo entra em contradição com elas. Nesse ponto, ele poderá não se afastar, por medo ou por falta de algo melhor, mas sempre, inevitavelmente, ele viverá em angústia. Por esse motivo fundamental, o movimento “Vale do Amanhecer” foi calcado na existência de um espírito clarividente, cujas afirmações e ensinamentos pudessem ser testados e verificados, individualmente, pela experiência de cada participante, sem jamais dar margens a dúvidas ou incertezas. Essa é a origem atual do Vale do Amanhecer, ou seja, a existência da Clarividência de Tia Neiva. Em 1959, ela era uma cidadã comum, embora com traços de personalidade incomum. Viúva, com quatro filhos, dedicou-se à estranha profissão, para uma mulher, de motorista, dirigindo seu próprio caminhão e competindo com outros profissionais. Sem nenhuma tendência religiosa, nunca, até 1959, quando completou 33 anos de idade, revelou propósitos de liderança de espécie alguma. A partir dessa data, começaram a suceder, com ela, estranhos fenômenos na área do paranormal, da percepção extrasensorial, para os quais nem a ciência nem a religião locais forneceram explicação. O único amparo razoável foi encontrado na área do espiritismo, uma vez que as manifestações se pareciam coma fenomenologia habitual dessa doutrina. Os problemas foram se acentuando contra a sua vontade, e o acanhamento das concepções doutrinárias que a cercavam a levaram a uma inevitável solidão. Não havia realmente quem a entendesse, e isso a obrigou à aceitação das manifestações de sua clarividência. Incompreendida pelos Homens, ela teve que se voltar para o que lhe diziam os espíritos. Só neles ela começou a encontrar a coerência necessária para não perder o juízo e ter se tornado apenas mais uma doida a ser internada. A partir daí ela deixou de obedecer aos “entendidos” e se tornou dócil às instruções dos seres, invisíveis aos olhos comuns, mas para ela não só visíveis como também audíveis. Desde então, ela teve que abandonar parcialmente sua vida profissional e se dedicar à implantação do sistema que hoje se chama Vale do Amanhecer. A primeira fase foi de adaptação e aprendizado, embora, desde o começo, seu fenômeno obrigasse a uma atitude prática de prestação de serviços. Isso garantiu, sempre, a autenticidade da Doutrina do Amanhecer, desde seus primórdios. Tudo o que foi e é recebido dos planos espirituais se traduz em aplicações imediatas e é testado na prática. Logo que Neiva dominou a técnica do transporte consciente, isto é, a capacidade de sair do corpo conscientemente, deixá-lo em estado de suspensão, semelhante ao sono natural, e se deslocar em outros planos vibratórios, ela começou seu aprendizado iniciático. O transporte é um fenômeno natural – todos os seres humanos o fazem quando dormem – mas o que há de diferente na clarividência de Tia Neiva é o registro claro do que acontece, durante o fenômeno, na sua consciência normal. Todos nos transportamos durante o sono, mas as coisas que vemos ou fazemos só irão se traduzir na ação em nossas vidas inconscientemente, ou seja, nós não sabemos que fazemos coisas em nossa vida com base nesse fenômeno. Nesse período, que durou de 1959 até 1964, ela se deslocava diariamente até o Tibete e lá recebia as instruções iniciáticas de um mestre tibetano. Esse mestre, que ainda está vivo, chama-se, traduzido em nossa linguagem, HUMAHÀ. Dadas as condições específicas que isso exigia de seu organismo físico, ela contraiu uma deficiência respiratória que, em 1963, a levou quase em estado de coma para um sanatório de tuberculosos, em Belo Horizonte. Três meses depois, ela teve alta e deu prosseguimento à sua missão, embora portadora de menor área respiratória, que limita sua vida física até hoje. Esse, entretanto, é apenas um aspecto das manifestações de sua clarividência. Ela se transporta para vários planos, toma conhecimento do passado remoto dela e do grupo espiritual a que pertence, recebe instruções de Seta Branca e de seus Ministros e as transmite praticamente para as ações do grupo. A comunidade da Serra do Ouro chamava-se “União Espiritualista Seta Branca” (UESB). Na UESB, no plano físico, o que existia era, apenas, um grupo de médiuns atendendo a pessoas doentes e angustiadas, tendo sempre à frente a figura de Tia Neiva. Havia um templo iniciático e algumas construções rústicas, tudo feito em madeira e palha. Existia e existem, pois, dois aspectos distintos, que é preciso compreender para explicar o atual fenômeno “Vale do Amanhecer”: o humano, como grupamento de pessoas dedicadas à assistência espiritual a outras pessoas, mediante as normas trazidas pela Clarividente Neiva do plano espiritual; e essas mesmas normas, que foram constituindo a Doutrina, ou seja, um conjunto doutrinário. Na proporção em que o conjunto humano cresce, ele aumenta seu poder de obtenção, controle e manipulação de energias, ou seja, sua força cresce e amplia sua base doutrinária. Por isso a Doutrina do Amanhecer apresenta um aspecto dinâmico, de contínuo fazimento, que se adapta, a cada momento, às necessidades dos seres humanos que são atendidos. Todas as instruções para as atitudes, construções, rituais e planos de trabalho continuam vindo por intermédio de Tia Neiva. Com relação ao futuro, quando ela desencarnar, haverá, naturalmente, algum outro processo de instruções. Isso, entretanto, está fora de nossas cogitações, uma vez que não nos compete decidir. O ciclo atual está prestes a terminar, o mundo irá passar por grandes transformações, que já se tornam evidentes ao senso comum e, naturalmente, os responsáveis pelo comando da missão do Vale do Amanhecer – Pai Seta Branca e seus Ministros –, já terão planos prontos para funcionar.

O atual Vale do Amanhecer A primeira comunidade funcionou na Serra do Ouro, próximo da cidade de Alexânia, Goiás. De lá mudou-se para Taguatinga, cidade satélite de Brasília, e, em 1969, foi instalada no atual local, que passou a se chamar Vale do Amanhecer, na zona rural da cidade satélite de Planaltina. O Vale ocupa uma área pertencente ao Governo do Distrito Federal, nela residindo cerca de 500 pessoas, em sua maioria menores abandonados que foram abrigados por Tia Neiva. Para esse fim, foi criada uma entidade jurídica chamada “Lar das Crianças de Matildes”, que garante a legalidade desse tipo de trabalho. Dentre os residentes estão os dirigentes que cercam Tia Neiva, algumas famílias de médiuns, os que participam da manutenção, do atendimento de emergências no Templo e ocasionais abrigados para tratamento de alcoolismo. O ponto focal da comunidade é o Templo do Amanhecer, construído em pedra, no formato de uma elipse, com uma área coberta de 2.400 metros quadrados. Distante cerca de 300 metros, existe um conjunto iniciático, construído a céu aberto, chamado Solar dos Médiuns ou Estrela Candente. Nele existem cachoeiras artificiais, um espelho d’água em forma de uma estrela, com raio de 79 metros, lagos, escadarias de pedra e cabanas de palha. O Templo do Amanhecer destina-se ao atendimento do público. O trabalho abre, todos os dias, às 10 horas da manhã, e se prolonga até às 10 da noite, com plantões chamados de Retiros. O Solar dos Médiuns também funciona todos os dias, com início às 12 horas e 30 minutos. Nele, porém, os rituais se destinam à manipulação das energias, havendo atendimento de público apenas em alguns casos especiais. O Vale dispõe de água encanada, eletricidade e uma linha de ônibus que o liga a Planaltina, distante 6 km. Possui uma escola primária, dirigida pela Secretaria de Educação do GDF, atualmente com 200 alunos, duas lanchonetes, oficina mecânica, salão de costura, pomar, lavoura e uma livraria especializada em obras religiosas e espiritualistas. As atividades diárias do Vale são muito intensas, o dia de trabalho se encerrando altas horas da noite. Para o visitante que vem pela primeira vez, o aspecto é de bucolismo e tranqüilidade rural. Essa impressão, entretanto, se desfaz rapidamente, quando se percebe a intensa atividade desenvolvida para amainar o sofrimento dos que, diariamente, procuram o Vale. Todos os dias, às 10 horas da manhã, uma sirene toca três vezes, e é aberto o Retiro dos Médiuns, obedecendo uma tradição que é mantida desde 1959. Os médiuns que participam nesse dia permanecem em plantão até às 10 horas da noite. Cada dia, entretanto, é diferente dos outros, sempre havendo uma programação intensa de instrução e desenvolvimento. Certos dias, principalmente nos fins de semana, vários acontecimentos ritualísticos são executados simultaneamente. Tanto pode acontecer um casamento solene, uma cerimônia de Iniciação, uma festa de aniversário como um velório iniciático por algum médium que tenha desencarnado. Isso, entretanto, sucede sem interrupção do atendimento dos clientes, do andamento das construções, do trabalho das oficinas ou do lazer dos abrigados. É comum a gente ver uma cerimônia iniciática, feita com toda a solenidade no Templo, e, ao passar pela Casa Grande, onde funciona o Lar das Crianças de Matildes, deparar com um baile de rapazes e moças animado por um conjunto local de roque... No Vale só existem duas classes de pessoas: Médiuns e Clientes, sendo essa a maneira mais simples de conceituar as pessoas sem incorrer no perigo da descriminação. Médium é o antigo cliente que, devido a seus compromissos transcendentais, sente necessidade de participar da Corrente, ou seja, trabalhar mediunicamente. Na verdade, eles representam, apenas, a média de ½% dos freqüentadores, ou seja, dentre cada grupo de 200 pessoas que procuram o Vale, apenas uma tem necessidade de desenvolver sua mediunidade. Depois que o último cliente se retira, fato que raramente acontece antes de meia-noite, surge sempre alguma atividade instrutiva, uma comunicação dos planos espirituais ou uma discussão doutrinária em torno de Tia Neiva. Com exceção dos Retiros e das Escaladas na Estrela, cujos horários são rígidos, não existem horas marcadas para as coisas que acontecem. As atividades flutuam ao sabor dos acontecimentos. O dia inteiro chegam pessoas em busca de auxílio, cuja natureza varia ao infinito. Os dias típicos que mais caracterizam a vida no Vale são os chamados dias de Trabalho Oficial, atualmente às quartas, sábados e domingos. Nesses dias, chegam a trafegar no Vale entre 3 e 4 mil pessoas. O Trabalho Oficial começa à 10 horas, com a abertura da Corrente. A partir daí, os médiuns vão se colocando nos seus postos de serviço, na media em que vão se mediunizando, ou seja, que completam os seus rituais e se sentem prontos para o atendimento. As portas do Templo permanecem abertas e os clientes vão sendo acomodados nos bancos de pedra, que correm ao longo do Templo, no lado esquerdo de quem entra. O primeiro contato é com os médiuns da Falange dos Recepcionistas. Eles, discretamente, vão acomodando os clientes e movimentando as filas. Os pacientes sentam e levantam, e vão se aproximando dos Tronos, onde é feito o atendimento individual. Os Tronos são pequenas mesas, com apenas um lado disponível, onde se sentam o Apará (médium de incorporação) e o cliente. Por trás do Apará, permanece de pé o Doutrinador. Este, cuja mediunização torna seus sentidos mais alertas (ao contrário do Apará, que fica semiconsciente), é o responsável por tudo que decorrer no atendimento. Ele acompanha o trabalho do Preto Velho ou do Caboclo, esclarece o cliente, doutrina os sofredores que o Preto Velho puxa do cliente e garante, ao máximo possível, a satisfação do atendido. O Apará incorporado permanece com os olhos fechados e apenas entra em contato com o cliente segurando levemente suas mãos ou tocando, na sua cabeça, com a ponta dos dedos. Conforme o médium ou a entidade-guia, a linguagem é pouco inteligível pelo paciente. Isso, entretanto, não é de muita importância, uma vez que a vocalização é apenas a maneira da entidade entrar em sintonia com o paciente. Quando se torna necessário um conselho ou indicação, o Doutrinador serve de intérprete. Na verdade, o importante não é o que a entidade fala, mas, sim, o que ela faz durante o atendimento. É a manipulação de energias que irá resolver os problemas do consulente, podendo suceder que nem ele saiba, às vezes, quais são eles. Por isso, a comunicação é secundária, principalmente pelos perigos que encerra, devido às possíveis interpretações errôneas. O freqüentador do Vale do Amanhecer acaba por se habituar a avaliar a autenticidade do trabalho pelo resultado, fato esse de que só ele pode ser o juiz. Se ele chega tenso e cheio de cargas negativas, o Preto Velho as atrai para o Apará. O médium recebe essas cargas e, devido à natureza dessas energias e sua localização no seu plexo solar, ele se contrai. O quadro dessa incorporação é o do médium com o rosto contraído, as mãos crispadas e, às vezes, falando em tom agressivo. Isso tanto pode significar que ele está recebendo a carga magnética do cliente como algum espírito sofredor, um desencarnado ou um obsessor. Qualquer que seja a situação, o Doutrinador faz sua doutrina e, mediante uma chave iniciática, faz a entrega a outro plano, outra dimensão. O médium, então, volta para sua incorporação suave do Preto Velho ou à expressão do Caboclo. Conseguido o reequilíbrio do tônus do paciente, a entidade sugere seu encaminhamento para outros trabalhos no Templo, dá-lhe algum conselho ou palavra de encorajamento, sugere sua volta ou lhe delineia algumas sugestões para equilibrar sua vida. Nunca, porém, interfere no seu livre arbítrio ou toma alguma decisão por ele. Após esse atendimento, o cliente tem várias alternativas: vai para a Sala de Cura se tiver algum distúrbio físico, para a Indução se seu problema for de ordem econômica, puramente de situação material, ou apenas para a Linha de Passes se não tiver problemas dessa natureza. A “cura”, em termos da Doutrina do Amanhecer, não envolve diagnóstico ou receita de remédios. Nada ali é feito que possa ser resolvido pelo médico terreno. Em todos os casos sempre se sugere que o paciente procure o médico, ou continue com o tratamento que porventura esteja fazendo. Nossa cura é puramente espiritual, na área invisível do paciente, que é inacessível ao médico físico. Se o cliente apresenta sintomas de mediunidade excessiva, é aconselhado o seu desenvolvimento, porém sempre é chamada sua atenção que isso tanto pode ser feito aqui como em qualquer outro lugar de sua preferência, Alguns clientes chegam pensando que todo atendimento é feito pessoalmente por Tia Neiva, e fazem questão de enfrentar o difícil problema da espera que isso suscita. Nos dias de Trabalho Oficial, o Templo atende entre 3 e 5 mil pessoas e, é lógico, apenas uma pequena parcela consegue falar pessoalmente com a Clarividente. De modo geral, o atendimento se caracteriza pela descontração e informalidade. O cliente entra e sai à vontade, ninguém lhe pede coisa alguma e ele só sai de sua incógnita se assim o desejar. Só tem que declinar seu nome e sua idade na hora de ser atendido pela entidade incorporada no médium. Tanto os médiuns como os dirigentes preferem ignorar o problema pessoal de cada um, e só se interessam pela natureza do problema. Geralmente, quando procurado, o recepcionista pergunta ao cliente se o problema dele é de saúde, da vida material ou de ordem familiar, para poder encaminhá-lo ao setor adequado. Na verdade, a técnica empregada no atendimento dispensa a confidência da pessoa. O trabalho de passa numa outra dimensão, que é invisível aos sentidos até mesmo dos médiuns. Mesmo a conversa das entidades, incorporadas no médium, escapa, em grande parte, aos seus ouvidos ou à sua percepção, embora ele não esteja realmente inconsciente. O diálogo é necessário para manter a sintonia entre o cliente e a entidade. Enquanto o Preto Velho conversa, ele está, na verdade, manipulando energias e resolvendo problemas da pessoa que, às vezes, nem ela suspeita que tem. Em alguns segundos do relógio, a entidade percorre os ambientes onde a pessoa vive, verifica problemas de suas outras encarnações, atende a pessoas que lhe são queridas, não importa a distância física onde estiverem, e faz até mesmo sua caridade para os inimigos do atendido. O ponto alto desse trabalho é que o cliente não assume compromisso algum, nem mesmo de ser um crente ou adepto. A confiança surge depois, com os resultados obtidos e é por isso que os clientes do Vale, em sua maioria, acabam por voltar outras vezes e se tornam amigos. Os clientes do Vale são de todas as classes sociais. Alguns vêm apenas para visitar ou por curiosidade. Outros, gostam de pesquisar. Porém, muitos, talvez a maioria, vêm em busca de algo que falta em suas vidas. Todos se sentem à vontade, uma vez que nada lhes é solicitado, pois não têm obrigação alguma. Os médiuns, esses sim, têm sempre a obrigação de fazerem tudo que for possível pelos que procuram o Templo. Não se concebe uma pessoa sair do Vale sem ter sido atendida ou sair insatisfeita. É lógico que o Vale não faz milagres, nem resolve todos os problemas das pessoas, mas sempre abre uma esperança, alivia uma dor e amplia as perspectivas daqueles que o procuram.

As técnicas empregadas no Vale Todo o trabalho do Vale é com base na técnica de manipulação de energias. A força que permite controlar as energias de origens e teores diversos é a mediunidade. A força mediúnica é alimentada pela energia animal, produzida no organismo, chamada ectoplasma, fluido ou magnético animal. Trata-se de uma energia sutil, que todos os organismos da Terra produzem, mas que, no ser humano, atinge teor diferente, quantidade elevada e cuja propriedade fundamental é a de colocar em contato dois planos vibracionais diferentes, duas dimensões. É, portanto, o ectoplasma o responsável pelos contatos entre o mundo sensorial e palpável com os outros planos da vida, normalmente imperceptíveis aos sentidos. Por se tratar de energia produzida à revelia da vontade, os efeitos que ela produz nos atos humanos independem da crença, religião ou posicionamento no meio social. O desconhecimento desse fato simples e biológico, ou a sua conceituação inadequada, está na raiz da maioria das dificuldades humanas, sendo, como é, a maior fonte de dor, qualquer que seja sua natureza. O médium é uma pessoa que admite e conhece essa energia pela experiência, e procura se habilitar para a controlar conscientemente. Com isso, ele aprende que o Homem alivia muito seu sofrimento quando conhece suas forças. Na primeira fase, o novato desenvolve sua mediunidade para obter seu equilíbrio pessoal, para se colocar numa posição de harmonia com o mundo que o cerca. Uma vez conseguido isso, ele é credenciado para o atendimento, o qual, na verdade, é apenas a continuação do seu desenvolvimento. Quanto mais o médium trabalha, mais ele aprende e melhor fica conhecendo como usar suas energias. O progresso constante traz sua realização pessoal. Consideradas apenas pelo aspecto biopsicofísico, as energias são chamadas de “cristãs” ou “forças da Terra”. O conhecimento desse fato remonta à mais longínqua antigüidade, e é simbolizado pela figura de um felino como, por exemplo, a figura que existe bem no centro da travessa superior da misteriosa Porta do Sol, nos altiplanos dos Andes. Essa figura do jaguar é a mesma adotada pelo Vale do Amanhecer, cujos médiuns são chamados de “Jaguares”. Em contraposição das “energias cristãs” existem as “energias crísticas”, ou seja, a manipulação feita com o terceiro polo do ser humano – o espírito – e não apenas com as forças psicofísicas. No conjunto, as energias crísticas e as energias cristãs formam múltiplos de 7, sendo chamadas de “positivas” ou “negativas”. Porém, essas classificações não se referem à idéia de bem ou de mal. Negativas, no caso, são as energias que, a partir da superfície, atuam como fio terra; positivas são aquelas que partem dos planos vibracionais mais sutis. O ser humano equilibrado é aquele que mantém a proporção certa de energias negativas e positivas. Enquanto o espírito ainda está na Terra, isto é, ele é um espírito encarnado, um homem comum, ele tem 3 forças positivas e 4 negativas. Isso quer dizer que sua tônica está na vida da Terra, no plano da economia planetária. Se ele inverter essa posição, sublimar uma delas, ele passa a ser um ser humano “desligado”, desequilibrado em relação às leis do mundo. Esse conhecimento técnico é que permite aos médiuns a capacidade de curar, isto é, de equilibrar ou reequilibrar a pessoa, de acordo com os planos da natureza e dessa mesma pessoa.

A filosofia básica do Vale A idéia mais simples e mais de acordo com a realidade que se pode ter do Vale do Amanhecer, é a de que se trata de um grupo humano, de pessoas comuns, as quais, mercê de suas dores e da busca de um lenitivo para elas, decidiram trabalhar para si e para seu próximo, baseadas nas exortações do Mestre Jesus, resumidas numa série de conceitos sob o título de “Doutrina do Amanhecer”, que é também chamada de “O Evangelho do Vale do Amanhecer”. Para que não haja a mínima dúvida quanto a essa Doutrina, os ensinamentos do Mestre são colocados de forma acessível a qualquer mente, independente de cultura intelectual ou escolaridade. A Doutrina do Amanhecer se resume em três propostas básicas de Jesus: o amor, a tolerância e a humildade. Com essas três posições, é possível a qualquer ser humano reformular sua existência, adquirir visão mais ampla da vida e equacionar seus problemas desta Terra. Alicerçada neste triângulo, a Escola do Caminho, do Mestre Jesus, permite compreender e analisar tudo que se passa em nosso mundo, e abrir caminho para as soluções da vida. A primeira resultante dessa filosofia básica é que a verdade só é percebida individualmente, por cada pessoa. Logo, o mundo não é como é, mas, sim, como cada pessoa o vê. Essa posição é diametralmente oposta aos conceitos vigentes nas bases da fase atual de nossa civilização, cuja posição é a de que o mundo é como é e não como nós o vemos. Por essas duas maneiras de ver, pode-se conceituar as coisas e as pessoas. No primeiro caso, o mundo e o universo estão de acordo com o dimensionamento da consciência do observador, e ele está em paz com o quê o cerca. No segundo caso, o homem vive em angústia, porque não tem certeza de nada que o cerca e vive em desacordo com a realidade, porque supõe que o mundo é algo diferente daquilo que registra. Nessa posição, o Homem é inteiramente dependente do que lhe é dito e ensinado. Logo, ele não tem individualidade, sendo, apenas, uma parte do coletivo. Na sua mente predomina a personalidade padronizada. Para que essa posição crística possa ser entendida, sem restar margem a dúvidas, o Vale ensina que o ser humano, o Homem, toma suas decisões com base nos estímulos, que partem de três diferentes fontes, existentes em si mesmo: a física, a psicológica e a espiritual. Resumindo: o Homem é composto de corpo, alma e espírito, separando objetivamente a idéia de alma (psique) da idéia de espírito. Tais conceitos podem ser encontrados mais detalhadamente nos livros publicados sob a responsabilidade da Ordem Espiritualista Cristã, entidade jurídica que rege o Vale do Amanhecer, particularmente “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Instruções Práticas Para os Médiuns”, sendo este último publicado em fascículos.

A missão do Vale O Vale do Amanhecer tem um programa de trabalho no qual podem ser distinguidos dois aspectos fundamentais: o atendimento direto, físico, pessoal e, por outro lado, a influência indireta, à distância. No primeiro caso estão os Templos físicos que, além do Vale do Amanhecer, já existem em Unaí, MG; Alvorada do Norte, GO; Olinda, PE; Manaus, AM; Luziânia, GO; Anápolis, GO; e outros que estão se formando em Abaeté, MG; Pirapora, MG; e em outros lugares. No segundo caso, no que pode ser chamado de “atendimento indireto”, está o acervo de quase dois decênios de contínuo atendimento, com milhares de pessoas que equilibraram suas vidas nos Templos do Amanhecer, e de obras publicadas. Essas pessoas e os livros vão levando uma mensagem de esperança e ajudando na formação de idéias e perspectivas do ser humano mais coerentes com a realidade, que explicam o Homem para si mesmo, despertando-lhe o interesse pela Vida e não para a Morte. A Doutrina do Amanhecer não trabalha somente para ajudar a pessoa para o após morte; ela trabalha para ajudá-lo a viver a vida. Com esse propósito, e com base no preceito de Jesus do não julgamento, o Vale não preconiza forma alguma de comportamento, mas aceita a pessoa como ela é, sem discriminação. Quanto pior for a situação do paciente, tanto em relação a si mesmo como ao meio em que vive, maior é a sua necessidade de ser recebido com amor e tolerância. Só essa aceitação, sem julgamento, sem críticas e sem recriminações, é que podem permitir o reequilíbrio do Homem. Só o amor pode despertar a capacidade de amar e só a tolerância irrestrita abre a oportunidade de um ser humano se encontrar. Para que o amor e a tolerância sejam possíveis concretamente, é necessário haver humildade, sem, naturalmente, confundir-se humildade com humilhação. Por isso, o Vale é simples nas suas pretensões, sem querer reformar o mundo ou se achando o dono da verdade. Para que essa posição possa ser autêntica, emprega-se uma forma hábil de trabalho: ali só existem duas qualidades de gente – clientes ou médiuns. O Vale nada tem a ver com as pessoas fora do recinto, sejam elas médiuns ou clientes. Porém, uma vez adentradas, as pessoas são convidadas a tomar uma ou outra posição. Se ela é médium da Corrente, fica obrigada a seguir os rituais e a atender a quem quer que seja, nada podendo aceitar em troca. Se ela é cliente, tem o direito de ser atendida e nada fica a dever, nem sequer a obrigação de se tornar adepta da Doutrina. A única coisa que é exigida dos médiuns é a abstenção do álcool, mesmo fora do recinto, condição essa indispensável para ele praticar seu mediunismo no Vale.

Origem remota do Vale do Amanhecer Há 32.000 anos – trezentos e vinte séculos atrás – , uma frota de naves extraplanetárias pousou na Terra, e dela desembarcaram homens e mulheres, duas ou três vezes maiores do que o tamanho médio do Homem atual. Sua missão era a de preparar o planeta para futuras civilizações. Para isso, mudaram a topografia e a fauna, trouxeram técnicas de aproveitamento dos metais, além de outras coisas essenciais para aquele período e os que se seguiram. Chamavam-se Equitumans, e seu domínio do planeta durou 2.000 anos. Depois disso, o núcleo central desses missionários foi destruído por uma estranha catástrofe, e a região em que viviam se transformou no que hoje se chama Lago Titicaca. Em nosso livro “2.000 – Conjunção de Dois Planos”, os Equitumans são descritos com mais detalhes. Depois disso – de 30 a 25 mil anos – existiram outros missionários, que se chamaram Tumuchys. Esses eram predominantemente cientistas, que estabeleceram avançada tecnologia, cujo principal objetivo era a captação de energias planetárias e extraplanetárias. Foram esses cientistas que construíram as pirâmides, ainda existentes em várias partes da Terra, incluindo as do Egito. Esses e outros monumentos megalíticos foram construídos de acordo com um planejamento para todo o planeta. Posteriormente, esses gigantescos edifícios foram utilizados pelos povos que vieram depois, com outras finalidades. E os métodos científicos se transformaram em tabus e religiões. Mas, a energia armazenada até hoje se conserva, preenchendo os propósitos a que foi destinada. Depois dos Tumuchys – entre 25 e 15 mil anos atrás – vieram os Jaguares. Estes foram os manipuladores das forças sociais que estabeleceram as bases dos povos e nações. Mais numerosos que os Equitumans e os Tumuchys, eles deixaram suas marcas em todos os povos, e é por isso que a figura desse felino aparece em tantos monumentos antigos. Aos poucos, esses espíritos foram deixando para trás essas identificações, e foram nascendo em meio aos povos e nações que eles haviam ajudado a criar. A partir daí, podemos entrar na História e identificar, razoavelmente, as civilizações que se seguiram até nossa época. Nomes como chineses, caldeus, assírios, persas, hititas, fenícios, dórios, incas, astecas, gregos, etc. já nos são familiares pela História. Nessas raças e povos, através de milhares de anos, esses experimentados espíritos acabavam, sempre, ocupando posições de mando e se destacavam como reis, nobres, ditadores, cientistas, artistas e políticos. Nessa movimentação gigantesca, no tempo e no espaço, podemos traçar as origens mais próximas dos espíritos que, hoje, fazem parte da missão chamada Vale do Amanhecer, a partir dos hititas, depois os jônios e os dórios. Mais tarde, vamos encontrá-los em Esparta, Atenas, Egito e Roma. Principalmente em Esparta e na Macedônia, teve início o percurso que se poderia chamar a “Era Moderna” dos Jaguares. A partir dessa origem, os destinos dos Jaguares foram convergindo para a Era de Peixes, para o nascimento de Jesus. Aqueles que eram da falange do Jaguar, que no século XVI tomou o nome de Seta Branca, fizeram seu juramento e iniciaram sua nova fase, agora sob a bandeira de Jesus e sua Lei do Perdão. Jesus inaugurou a fase de redenção cármica do Sistema Crístico, chamada Escola do Caminho, e, desde então, esse grupo de Jaguares passou a agir de acordo com ela. Assim, no decorrer desses quase vinte séculos, os ciclos civilizatórios têm sido orientados no sentido da redenção, do ressarcimento e do retorno dos espíritos para sua origem, a caminho de Deus. A partir dessa idéia, as guerras, as catástrofes e os desenganos passaram a ter um sentido, uma razão de ser, servindo como escola e liça de treinamento para os espíritos, individualmente. Com Jesus nasceu a abertura para a individualidade, onde, antes, só havia caminho para a personalidade. Na Escola do Caminho, o artista é mais importante que o personagem que ele representa. Isso explica porque a visão do mundo só é válida em termos do indivíduo, e não de acordo com padrões condicionadores. As encarnações são como papéis, em peças previamente escritas e ensaiadas. Cada artista tem seu papel e seu desempenho: pode melhorar ou piorar a cena. A peça torna-se boa ou má, de acordo com o conjunto do desempenho. E, como no teatro, também o público tem o seu papel, pois não se concebe representação sem público. Cada peça tem sua mensagem, e o artista é considerado bom ou não, de acordo com sua capacidade de contribuir para que ela seja perfeita. Assim, dentre as muitas peças apresentadas no palco da vida, nesses 2.000 anos, surgiu a estória da escravidão e o nascimento da didática dos “Pretos Velhos”. Os Jaguares da falange que hoje compõem o movimento do Vale do Amanhecer, são espíritos evoluídos, que já ocuparam personalidades importantes entre os Equitumans, Tumuchys e Jaguares. Na sua maioria, foram líderes nas ciências, nas artes, nas guerras e na direção dos povos e nações. Isso os tornara orgulhosos e soberbos, e, como conseqüência, eles haviam se endividado muito. Surgida a Era de Jesus, teriam que passar pelo crivo da Humildade, da Tolerância e do Amor, como, aliás, todos os espíritos que iriam compor a humanidade desses dois milênios. Mas, para eles, habituados às lideranças, seu papel teria que ser de destaque. E assim aconteceu... Portugal dominava os mares, nos séculos XV e XVI. Seus navios singravam as águas dos continentes, e iam deixando colônias onde acostavam. Dessas colônias, em países considerados exóticos pelos europeus, iam para a Europa as mercadorias especiais, as “especiarias”. Com essas mercadorias vieram, também, os escravos. Os europeus estavam habituados, desde tempos remotos, com a idéia da escravidão de prisioneiros de guerra ou devedores de dinheiro. A idéia do escravo pela simples escravização existia, nessa época, mais na África e no Oriente. Com a vinda dos primeiros escravos negros importados, nasceu sua comercialização, que se tornou importante na Era dos Descobrimentos. No decorrer dos anos, a escravidão se tornou uma instituição, um hábito normal de vida, aceito, inclusive, pelas religiões. Assim era quando o Brasil foi descoberto. Pouco depois do descobrimento, já começaram a vir os primeiros escravos para a lavoura de cana de açúcar. Esse comércio durou até 1888. Para a História, a escravidão ficou registrada como apenas um episódio, às vezes chamado de “mancha negra da História do Brasil” ou como resultante dos fatos econômicos da época. Para o plano espiritual, a escravidão foi, na realidade, o movimento redentor, a grande prova dos espíritos missionários, dos individados, dos orgulhosos, pois tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da personalidade, com isso obrigando a emersão da individualidade. Como no teatro, em que, às vezes, o artista sobrepõe-se ao personagem, certo número de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho, criando raízes na religiosidade brasileira. Dentre esses escravos estavam um sem número de Jaguares que, por sua vez, haviam sido Equitumans e Tumuchys. Dois velhos líderes se destacaram, dois espíritos excelsos que, na qualidade de missionários, se submeteram à difícil prova, duas individualidades que representaram os personagens Pai Zé Pedro e Pai João. Nos 372 anos que durou a escravidão no Brasil, eles foram escravos em duas encarnações. A escravidão tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da PERSONALIDADE e o conseqüente nascimento, ainda na Terra, da INDIVIDUALIDADE. A pessoa humana perdia sua identidade ao ser escravizada, ou já nascia sem ela, se nascesse filha de escravo. A conseqüência doutrinária desse fato é de grande importância: não podendo impor as exigências do corpo e da alma, o escravo era praticamente obrigado a ceder às exigências de seu espírito. Daí nascerem as práticas mediúnicas entre os escravos no Brasil. Numa primeira encarnação, Pai Zé Pedro e Pai João eram escravos vindos da África. Como bons missionários, foram os primeiros a sentir na carne os rigores da dolorosa experiência encarnatória. Ao envelhecer e serem considerados pelos seus senhores como inúteis, ele, aproveitando a nostalgia natural dos seus companheiros de escravidão, criaram a prática dos “encantos”. Esses tradicionais espíritos de grandes chefes, agora reduzidos às figuras de míseros escravos, tinham, também, pertencido a civilizações em que praticamente não se utilizara a escrita no cotidiano. As ordens eram transmitidas e recebidas pelo som, pelo comando da voz, pelas senhas secretas, pela magia vibratória. Suas memórias estavam treinadas, nesses milhares de anos, pela gravação dos fatos narrados, cantados, expressos pelo som. Quando o som não se tornava possível, a comunicação era pelo gesto, pela mímica. E assim os escravos se comunicavam, davam vazão aos anseios de seus espíritos, pelo gesto, pela dança, pelos cânticos e pelos gemidos... O instrumento mais simples e mais prático foi o ATABAQUE. Pai João sentava-se num toco e tocava seu atabaque. Seu som cadenciado ia formando os MANTRAS, que se espalhavam misteriosamente nas florestas e nas almas dos homens. E assim, lentamente, através do enredo dramático, num palco privilegiado adrede preparado, chamado Brasil, foram nascendo os chamados cultos afro-brasileiros. Como espíritos veteranos deste planeta e integrantes da missão do Cristo Jesus, Pai João e Pai Zé Pedro eram possuidores da necessária bagagem mediúnica e iniciática que lhes facilitava a tarefa. Embora pertencentes a fazendas distantes uma da outra, eles se transportavam e conversavam entre si. Pai João, mais habituado que Pai Zé Pedro aos reinados e comandos, era o executivo. Pai Zé Pedro, mais místico, executava a Magia. E foram acontecendo coisas extraordinárias nas relações dos escravos com seus senhores. A História do Brasil está cheia de lances emocionantes que envolveram não só os escravos como, também, os brancos. É preciso lembrar que nem todos os espíritos a serem redimidos haviam nascido como escravos. Todos, porém, tinham uma parte no enredo, todos participavam, de uma forma ou de outra, do gigantesco drama cármico. Enquanto isso, as práticas de Magia, os cultos misteriosos e mediúnicos, iam se desenvolvendo entre os escravos, em muitos aspectos envolvendo, também, os brancos senhores. Sob a orientação dos Mentores e a execução de espíritos missionários encarnados, surgiram as práticas religiosas miscigenadoras. Mais tarde, Pai João e Pai Zé Pedro voltaram em novas encarnações, ainda como escravos, mas, desta vez, nascidos na Índia. A partir desse retorno as práticas foram evoluindo, agora com o lastro místico da Índia e do Tibete. Nasceu a mediunidade iniciática e, com ela, a passagem de espíritos sofredores, a redenção mediúnica. Os cultos foram se misturando e fazendo parte de uma sociedade brasileira ainda incipiente. Na Europa, nascia o Espiritismo de Kardec e as práticas se misturavam com o catolicismo oficial. Essa é a razão da dificuldade na separação das raízes dos cultos no Brasil. Os historiadores nunca vão encontrar uma linha pura e com sua origem determinada. Mas, no mundo espiritual, os planos prosseguiram com naturalidade, objetivamente. Enquanto os conflitos sociais agitavam a superfície dos males da alma e do corpo, o espírito prosseguia tranqüilo nas suas tarefas de reajustes. Nesse período surgiu o episódio das Princesas de Mãe Yara. Havia sete espíritos de mulheres que haviam participado ativamente de muitas encarnações dos Jaguares. Numa dessas encarnações, elas haviam morado na mesma cidade de Pompéia. Essa cidade do império romano tinha sido um balneário, cidade recreio dos ricos romanos e, no período de decadência, se transformado em uma cidade cheia de vícios. Um dia, houve uma erupção de um vulcão, o Vesúvio, e Pompéia ficou coberta de cinzas. As sete moças morreram nessa tragédia e seus espíritos permaneceram no recolhimento e na revolta. Depois disso, elas encarnaram várias vezes, até atingir a evolução. Mas, elas conservavam, ainda, os resíduos de seus compromissos, assumidos na vida leviana que haviam tido anteriormente. Com isso, elas foram incluídas no plano redentor da escravidão. Seis delas nasceram como filhas de escravos e uma numa família de colonizadores portugueses. Embora não se conhecessem, pois viviam em fazendas diferentes, elas tinham um traço em comum: não se adaptavam, não aceitavam a sua condição de crioulas escravas. A sétima moça, aquela que havia nascido como branca, também era inconformada com a vida daquele Brasil Colônia e, sempre que podia, procurava a senzala, para conviver com as escravas. Uma a uma, as crioulas foram fugindo de suas senzalas e, orientadas pelo plano espiritual, foram se encontrando numa determinada região. Nesse lugar havia uma cachoeira que escondia um ponto da floresta de difícil acesso, e lá elas estabeleceram seu lar. Pai João e Pai Zé Pedro, com o conhecimento da missão reservada para aqueles espíritos missionários, encobriam, com suas astúcias de velhos escravos, a escalada das crioulas. A branca e loura sinhazinha, estimulada pelos velhos laços espirituais, também buscou a companhia das crioulas. Certo dia, ela apareceu num barco e trouxe consigo uma enorme bagagem de objetos e alimentos. E, assim, a falange ficou completa. A região da cachoeira das crioulas passou a ser um local de encontro de escravos e escravas, que buscavam o lenitivo para sua vida de dores e sofrimentos. Os pretos velhos montavam guarda e usavam todo seu conhecimento da Magia para que os planos tivessem prosseguimento. Os atabaques percutiam nas noites de lua cheia e os escravos dançavam e cantavam. Aos poucos, a energia extraetérica foi se juntando com a força mediúnica e as bases da futura religiosidade foram se firmando. A Magia dos pretos velhos produzia os fenômenos de contato entre os planos. Usando seus conhecimentos das ervas e das resinas, os velhos escravos materializavam espíritos e faziam profecias dos acontecimentos. A cachoeira das crioulas passou a ser um ponto de irradiação de forças espirituais. Tanto os espíritos encarnados como os desencarnados iam se impregnando da Doutrina e formando falanges de futuros trabalhadores na seara do Cristo. Enquanto na parte litorânea do Brasil Colônia surgia uma religiosidade nova, calcada nas tradições dos Pretos Velhos e dos Caboclos, no interior e no oeste brasileiro, ainda não penetrados pelos brancos, havia acontecimentos semelhantes, mas de uma ordem diferente. Ali, as tribos nômades, em guerras permanentes, percorriam as florestas repletas de energias deixadas pelas antigas civilizações desta parte do mundo, das vanguardas dos Tumuchys e dos Jaguares de milhares de anos anteriores. Usinas de forças cósmicas e extraetéricas, desativadas e cobertas pela vegetação bravia, eram e são veneradas pelos índios como lugares sagrados. Bem para o oeste, nas fronteiras então inexistentes com a América hispânica, nos contrafortes dos Andes, havia um poderoso cacique, cujo exército era composto por cerca de 800 guerreiros. Nesse tempo, enquanto os portugueses, franceses e holandeses disputavam a conquista do litoral leste da América do Sul, os espanhóis penetravam ao sul e ao norte, em direção ao centro-oeste. Munidos de armas de fogo e de cavalos, sedentos de ouro e pedras preciosas, esses guerreiros desembarcados foram conquistando os territórios andinos e derrotando os Incas desprevenidos. Numa dessas batalhas desiguais, uma tribo Inca, sentindo-se ameaçada de extermínio, pediu ajuda ao poderoso cacique da floresta. Este, com seus 800 guerreiros, atendeu ao apelo e foi enfrentar os espanhóis. Poucos da tribo o sabiam, mas o grande cacique, como Pai João e Pai Zé Pedro, era o espírito reencarnado de um grande mestre planetário, que já havia sido um Jaguar, um espartano, um faraó e, já na Idade Média européia, o espírito que se chamou Francisco, canonizado pela Igreja Católica como São Francisco de Assis. Sua missão, no comando da tribo de guerreiros, era a de levar aqueles velhos espartanos à evolução. Enquanto esses sofriam as agruras do índio nômade, outros passavam pelo crivo doloroso da escravidão negra. Mas, tanto num lado como no noutro, havia muitos dos espíritos dos velhos Equitumans, dos Tumuchys e dos Jaguares, que haviam prestado seu juramento ao Mestre Jesus dois mil anos antes. O grande cacique enfrentou os espanhóis com muita diplomacia, evitou o derramamento de sangue, sem deixar de salvar aquela tribo Inca e, por esse feito, acrescentado à sua atuação humanitária, ganhou o nome de Cacique Seta Branca. E, assim, os episódios de verdadeiro heroísmo espiritual foram sucedendo de um lado e de outro. Do Brasil Colônia ao Brasil Império, no litoral escravocrata e no oeste selvagem, o Sistema Crístico foi sendo implantado, com rotulagem diferente, mas igual no seu cerne, preparando o advento do próximo milênio. É preciso se ter em conta esses fatos e muitos outros, impossíveis de serem relatados aqui, para se entender o fenômeno “Vale do Amanhecer”. A partir da Segunda metade do Século XIX, os velhos Equitumans e Espartanos começaram a se reunir no Brasil ainda imperial, mas já independente. O local escolhido foi um ponto do território brasileiro, no sul da Bahia, composto de duas enormes fazendas e um arraial, chamado Angical. Para lá convergiam escravos recém libertos, políticos exilados da Corte, aventureiros e pessoas em busca de riqueza fácil, longe dos olhos administrativos da Corte. O ponto focal desse encontro era uma velha casa de fazenda, chefiada por uma ex-escrava chamada Matildes, conhecida por nós como o “Congá de Mãe Tildes”. Essa foi a última encarnação da maioria dos espíritos, antes da atual, que compõe a falange dos Jaguares de Pai Seta Branca. Essa falange é composta por cerca de 30.000 espíritos, identificados através dos milênios com as mesmas tendências e, atualmente, absolutamente integrados no Sistema Crístico. Alguns desses espíritos já se redimiram na Lei Cármica, e estão no comando da missão, junto ao Pai Seta Branca, o responsável por ela. Outros estão encarnados, ainda na fase de redenção cármica, e cumprem sua missão no Vale do Amanhecer. Outros ainda estão para chegar, aguardando sua vez nos planos etéricos.

Posições no Vale do Amanhecer
Doutrinas religiosas Não é permitido, aos médiuns da Corrente, fazer críticas ou censuras a quaisquer doutrinas ou religiões. Tanto que, na livraria existente no Vale, são vendidos livros de quaisquer religiões ou doutrinas, selecionados, apenas, pela seriedade com que abordam o problema. O Vale do Amanhecer não é ligado a qualquer organização doutrinária ou religiosa da Terra. Identifica-se com o Espiritismo, pela crença básica na reencarnação. Na verdade, o reencarnacionismo não é privativo do Espiritismo, mas pertence à mais remota tradição iniciática.

Ritual A prática doutrinária dos Templos do Amanhecer é feita mediante rituais, com o uso da imagem, do som, da movimentação, da cor, dos objetos e tudo o mais que tenha sentido ritualístico. Algumas dessas práticas se parecem com usos de outros grupos doutrinários, mas isso é apenas coincidência, sem implicações filiativas. Na verdade, o ritual do Vale é muito original, e apenas se assemelha, em algumas facetas, com rituais conhecidos. Na essência, entretanto, tais rituais têm um sentido às vezes muito diferente.

Pretos Velhos e Caboclos O Vale só trabalha e aceita auxílio de espíritos que já atingiram o estágio da Luz, que já superaram a faixa cármica, que estão acima do Bem e do Mal, conforme conceito da Terra. Tais espíritos, no Vale chamados de Mentores, se apresentam com as roupagens que proporcionam melhor resultado no seu trabalho através dos médiuns. Por isso, eles usam os “macacões” de Pretos Velhos, ou os “penachos” dos Caboclos. Mesmo assim, esses espíritos dispensam o “personalismo” habitual dessas figuras e jamais interferem no livre arbítrio dos espíritos encarnados. Também não fazem uso de objetos, bebidas, charutos etc., pois seu trabalho é iniciático. A Doutrina do Amanhecer não é Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Kardecismo, Induísmo, Teosofia ou Catolicismo. É, apenas, uma Doutrina com sentido universal, com base no Sistema Crístico.

Assistência social O Vale do Amanhecer não se propõe a fazer serviço social ou de assistência aos pobres. Por isso, sua organização formal é muito simples, não havendo convênios, ambulatórios, escolas e as coisas habituais para esse tipo de trabalho. O Vale proporciona, apenas, assistência espiritual, que dê às pessoas a oportunidade de se reequilibrar e se adaptar ao meio. Também, não tem serviço de internamento de doentes, fazendo apenas exceção ao tratamento em pequena escala do alcoolismo, mediante internamento por períodos curtos. Outra exceção é em relação a menores abandonados, que são aceitos em pequeno número, dentro das possibilidades de um orçamento limitado. Na verdade, as crianças do Vale – ou “os meus meninos e meninas”, como diz Tia Neiva – são os casos excepcionais, que resultam de algumas consultas ou pedidos pessoais a ela. Ela os considera como seus filhos e sua permanência não se compara aos sistemas de orfanatos habituais. Eles têm as mesmas regalias de quaisquer outros menores, vivem sem regimes rígidos ou coerções de qualquer espécie, e encontram, no Vale, um ambiente físico e social que lhes permite reformular suas personalidades e corrigir seus traumas.

Seres e veículos extraterrestres A Doutrina do Amanhecer considera o relacionamento interplanetário, entre a Terra e os outros corpos celestes, como coisa natural e própria da mecânica do universo. Através dos milhões de anos, seres e coisas de todos os tipos, concebíveis e inconcebíveis, viajam, chegam até a Terra e dela partem, no que poderia se chamar de “osmose cósmica”, na qual não existe descontinuidade ou vazios. No presente ciclo, com base na sensatez do Sistema Crístico, traduzido na Escola do Caminho do Mestre Jesus, cujas assertivas não fogem, necessariamente, ao senso comum e à verificação de nossa consciência, o quadro se apresenta assim: existem comunicações entre os espíritos encarnados na Terra (que, nesse caso, poderiam ser chamados “terráqueos”) e espíritos “encarnados” num conjunto planetário, existente no outro lado do Sol. Por razões que ainda não foram convenientemente explicadas, dá-se a esse conjunto o nome de Capela, que é a maior estrela da constelação do Cocheiro, de nossas cartas celestes. Pela nossa visão do problema, todos os espíritos encarnados na Terra vieram de Capela, e, algum dia, retornarão para aquele mundo. Os Capelinos são físicos, embora não se possa afirmar que sejam da nossa natureza física. Sabemos, apenas, que sua forma é semelhante à nossa, ou melhor, nós nos assemelhamos a eles. Entre Capela e a Terra existem planos intermediários, que também poderiam ser chamados de “lugares” ou “etapas”, da trajetória dos espíritos que vêm ou que vão, nesse percurso entre dois pontos físicos. Nesses pontos intermediários, os espíritos se revestem de corpos adequados às leis que regem esses planos. Dada à quase impossibilidade da descrição desses estados da matéria espiritual, nós os descrevemos, generalizadamente, de “corpos etéricos” ou “estado etérico”. Conclui-se, então, que os espíritos viajam, mas os seus corpos físicos não. Para os espíritos se deslocarem, eles deixam seus corpos físicos e se revestem de corpos etéricos. Assim, todos os fenômenos de contatos extraterrestres seriam feitos “em etérico”, cuja organização molecular não é perceptível aos sentidos normais, razão pela qual eles são chamados de “extrasensoriais” ou “paranormais”. O registro, no campo consciencional, das atividades etéricas, é feito de maneira diferente das atividades sensoriais; ele é feito e traduzido para a percepção e elaboração mental de acordo com os dados preexistentes no banco de memória cerebral. Por este fato básico é que as coisas do Céu são concebidas de acordo com as coisas da Terra. Portanto, não existe coisa mais terráquea do que os discos voadores que, comprovadamente, são vistos. Com isso, voltamos à proposição básica de que “o mundo não é como é e, sim, como nós o vemos”... Nessa tentativa de explicar o que é normalmente inexplicável, deve ser destacado um dado básico: existe um etérico terrestre, sujeito às leis do planeta, dentro dos seus círculos gravitacionais, e o extraetérico, ou seja, as camadas etéricas de Capela. Aceitando-se o fato de ser Capela o nosso “Céu”, ou destino final, seu etérico seria o mundo espiritual, enquanto o etérico da Terra seria o mundo psicológico, ambos tendo, também, um mundo físico. Por essa razão é que muitos fenômenos considerados extraterrestres deveriam ser encarados, apenas, como extrafísicos. Sabendo-se, como se sabe, das propriedades extraordinárias do ectoplasma, e tendo-se em conta a tendência natural para o antropomorfismo humano, será relativamente fácil de se presumir a existência de fenômenos extrasensoriais que passam por extraterrestres. Nesse sentido, aqui fica a última posição do Vale do Amanhecer: Se os seres que se apresentam com suas naves forem apenas espíritos da Terra, isto é, espíritos desencarnados que habitam o etérico da Terra, eles são os construtores dessas naves e podem ser vistos e palpados, uma vez que são materiais ou materializados; se, porém, forem seres de Capela, eles serão vistos, apenas, pela visão etérica – também chamada de mediúnica – uma vez que essa é a maneira natural de se relacionarem conosco, maneira essa que não interfere com a Lei da Terra e respeita o livre arbítrio do Homem. A confusão entre os dois fenômenos apenas existe porque o Homem conhece pouco de si mesmo e sua ciência ainda ser limitada pelo conceito bipolarizado de positivo e negativo, e não sabendo que esses dois pólos se fundem num só, chamado espírito. Eventualmente, e mediante a manipulação de energias mais sutis que o ectoplasma, os Capelinos podem se manifestar fisicamente, como já o fizeram no passado remoto. Esse dispêndio energético, entretanto, não é feito, pelo simples fato de que sua mensagem é transmitida pelo processo mediúnico, como foi dito acima, o qual não dispensa a participação voluntária do Homem, não interferindo, assim, no livre arbítrio. Pelo que nos diz Tia Neiva de seus transportes, as naves de Capela, no Vale do Amanhecer chamadas chalanas ou estufas, são bem diferentes, na forma e na constituição, dos chamados discos voadores.

A Cruz e a Elipse Ao chegar ao Vale do Amanhecer, logo depois do portão de entrada, o visitante se deparava com uma cruz envolta com um pano branco. Chamada a “Cruz do Cristianismo”, estava plantada ao nível do chão. Logo depois, na porta do Templo do Amanhecer, existe uma elipse de ferro. Na Estrela Candente do Solar dos Médiuns, existe uma igual e outra fixada no alto dum morro. Além da função captadora de energias, a elipse nos traz uma importante mensagem: a evolução do Cristianismo, de sua fase do martírio para sua fase científica. O martírio se relaciona diretamente com o carma, e a necessidade de sua redenção pela dor. Entretanto, já estamos no limiar do próximo milênio, no qual a razão e a atitude científica predominarão sobre a dor e o sofrimento. Esse fato é verificado, experimentalmente, pelos mestres do Vale do Amanhecer.

Mediunidade Essa atitude científica é que faz com que os médiuns do Vale sejam considerados cientistas espirituais. Isso se tornou possível graças à criação, pela Clarividente Neiva, da figura do Doutrinador. Até então, confundia-se mediunidade com incorporação, fato esse que conceituava de médium somente a pessoa que manifestasse fenômenos visíveis de relacionamento com a outra dimensão. Com a criação do Doutrinador, o médium que trabalha com o sistema nervoso ativo e cujas manifestações mediúnicas se fazem através de sua expressão sensorial normal, essa interpretação da mediunidade tende a desaparecer. Todos os seres humanos são médiuns, isto é, todos são intermediários entre os diferentes campos vibratórios que compõem o mundo. Existem múltiplas formas de mediunidade, que vão desde o transformismo energético dos alimentos até as mais altas manifestações de sensibilidade espiritual. Faltava, apenas, a demonstração viva do Doutrinador e a admissão de que os planetas e corpos celestes não são apenas o físico denso, concreto e palpável, mas são compostos de várias camadas vibratórias.

Ciência do Homem A Doutrina do Amanhecer é, apenas, a Doutrina de Jesus adequada aos tempos atuais. Como resultante dessa atualização, ela forma nova perspectiva, uma visão mais objetiva da realidade humana. Para o caro leitor e eventual visitante do Vale do Amanhecer, é importante ter isso em mira, se quiser realmente conhecer o Vale. O conceito trinário do Homem – corpo, alma e espírito – abre, automaticamente, para a Ciência, uma nova possibilidade de interpretação correta dos fenômenos psicológicos. Na verdade esse conceito é transmitido aos médiuns de forma mais técnica, mais científica, do que a Doutrina apresentada ao visitante ou ao corpo mediúnico em massa. A vida humana é controlada pelos chamados centros coronários, que se localizam na região do umbigo, no plexo solar. Também chamado de sistema coronário, esse núcleo de comando da vida é organizado pelo sistema universal do átomo, tomado nos seus aspectos básicos de três partículas: o ANION, o NEUTRON e o CATION. O perispírito é o espírito revestido de energia adequada à sua permanência na Terra. A alma é o microcosmo, ou seja, o princípio ativo coordenador, modelador, redutor, que determina o ”estar” do espírito na situação de encarnado. É ela que modifica o estado de “ser” do espírito para a situação de “estar” desse mesmo espírito. Ela é a barreira entre os vários planos vibratórios do SER e que mantém esse SER na posição planejada, que busca, pesquisa, informa e fornece elementos de decisão para o EU, ao mesmo tempo em que estabelece os limites da movimentação do ser humano. É por isso que o centro coronário da alma é portador dos sentidos, da mente, do mecanismo da razão e tem, como base, o sistema nervoso. O centro coronário do corpo é o mundo da energia condensada, o controlador do quantum físico, o plano da matéria. É ele que determina a Lei Física e regula os aspectos quantitativos e qualitativos da organização celular. Há, portanto, uma lei do espírito e uma lei do corpo, mas é a alma que determina a Lei do Homem. Homem é sinônimo de espírito encarnado. O espírito-ion, ou o espírito ionizado, ou, ainda, o perispírito, age no campo da influência controlado pela alma-neutron ou alma neutronizadora. O centro coronário espiritual exerce sua ação limitada pelo centro coronário anímico. O mesmo acontece com o corpo-cation ou centro coronário físico, que atende às exigências do centro coronário neutron ou centro coronário da alma. O Homem equilibrado é o que tem seus três centros coronários em harmonia, ou seja, que recebe a proporção exata de influência de cada um dos dois outros centros coronários – do espírito e do corpo – nos limites estabelecidos pelo centro coronário da alma, ou seja, do neutron.

A Ciência do cosmos “Assim na Terra como no Céu...” nos diz o Pai Nosso. O microcosmos tem a mesma organização do macrocosmos. O sistema atômico tanto se aplica à menor unidade da matéria que se possa conceber, como se aplica à maior unidade, ou seja, o maior concebível, o cosmos, o universo. Na visão astronômica, por exemplo, podemos conceber uma região anion, outra neutron e outra cation. Assim é o relacionamento interplanetário, no qual sempre existe uma zona neutrônica, uma aniônica e outra catiônica, sendo esta última o mundo físico de cada planeta. Isto nos leva a outra premissa, uma analogia muito plausível: a existência de um espírito, de uma alma e de um corpo da Terra. Temos, assim, um mundo espiritual (anion), um mundo anímico (neutron) e um mundo físico (cation), todos englobados num mundo único, ou seja, a Terra. Se aplicarmos o mesmo princípio aos outros corpos do universo, podemos conceber um relacionamento no plano do espírito, outro no plano da alma e outro no plano físico, cada um regulado pelas suas próprias limitações ou áreas de influência, controladas pelo neutron. Isso explica a autonomia de cada unidade e, também, o porque não existe relacionamento físico entre os corpos astronômicos físicos, uma vez que não é possível ultrapassar a barreira do neutron. Se, por uma hipótese absurda, se eliminasse o neutron, o anion pulverizaria o cation, e vice-versa, se o cation ultrapassasse a barreira do neutron e atingisse o anion, seria pulverizado, desintegrado por ele. Assim, o espírito chega ao corpo neutronizado, o mesmo acontecendo com o corpo em relação ao espírito. É nossa alma que age, busca, informa e possibilita ao nosso EU as decisões. Aceito esse princípio, lógico e verificável individualmente, nós temos que admitir, por extrapolação, que nenhuma partícula física, formada no princípio do mundo físico, portanto na Terra física, pode atingir outro mundo físico, a não ser que, depois de neutronizado, tome nova organização, de acordo com esse outro mundo. Isso explica, inclusive, porque os meteoros e meteoritos, se oriundos de outros corpos celestes, chegam à superfície com a mesma composição físico-química da Terra física. Ao penetrarem na zona neutrônica da Terra, eles são desintegrados e se reintegram nas leis da zona catiônica da Terra. Ou, talvez, sejam os meteoros e meteoritos partículas oriundas da própria Terra física, que se desprendem, atingem os limites neutrônicos, e voltam para sua zona catiônica de origem. Com isso, temos chegado à explicação do fenômeno da desintegração, integração e reintegração. Entretanto, a Lei da Conservação da Matéria nunca foi violada, nem mesmo quando seres extraterrestres, em épocas de vácuos civilizatórios do planeta Terra, aqui chegaram fisicamente. Eles chegaram, é verdade, mediante o sistema de desintegração, integração e reintegração. Os limites neutrônicos foram sempre obedecidos. Seres extraplanetários aqui na Terra tiveram corpos físicos, mas da física terrena. As diferenças, como no caso dos Equitumans (vide “2.000 – Conjunção de Dois Planos”, Ed. Vale do Amanhecer) foram preestabelecidas a priori, antes da vinda (eles não nasceram como nós outros), de acordo com a época e a missão.

O invisível da Terra A zona neutrônica da Terra é a fonte das especulações de religiões, filosofias e teologia de todos os tempos. A linguagem mais comum (que no Brasil se usa até mesmo para ironizar estados psicológicos) é se falar em “astral”. Segundo o “Grande Dicionário Etimológico Prosódico”, de Silveira Bueno (Ed. Saraiva, 1963), astral é um adjetivo, espécie de véu que envolve a alma, doutrina de Paracelso retomada pelos espíritas (do Latim, astralis ou astrale – corpus). Paracelso foi um alquimista do Século XV, que estabeleceu certa relação entre partes do organismo humano e os astros, dentre suas várias teorias. Por outro lado, a palavra astral significa, também, corpos celestes – do Céu. Na qualidade de “um véu que envolve a alma”, pode-se perceber a natureza neutrônica do que chamamos de astral. As divisões que fazemos, de astral superior e astral inferior, ou baixo astral, indicam, somente, as posições entre o núcleo e a periferia do neutron, que é uma energia contrátil e expansiva (forças centrípeta e centrífuga). Da mesma forma que a palavra astral, se usa a palavra etérica, que seria um fluido sutilíssimo (admitido pelos físicos), espalhado por todo o universo (vide o mesmo dicionário). A similitude com a descrição do neutron é a mesma que a do astral. Por esse motivo, e por uma questão de semântica, consideramos as descrições de planos astrais e planos etéricos úteis para nos servir como adjetivação – maneira de dar nomes, qualificar as coisas – mas, nunca como “coisas”. O principal, porém, é não confundir os planos vibracionais do neutron e do anion, fazendo passar por espiritual o que é apenas invisível.

O proselitismo O Vale do Amanhecer é muito rígido nessa questão de proselitismo, evitando, sempre que possível, ter que “vender” suas idéias a respeito de como as pessoas devem se comportar em termos religiosos. É preciso que não se confunda a posição do cliente que apenas vai ai Vale para receber assistência espiritual e, com isso resolve seus problemas, e aquele outro que apresenta uma situação de anormalidade mediúnica. Esse último está num quadro de patologia mediúnica e precisa, por uma questão de honestidade, ser advertido disso. Nesse caso, ele é aconselhado a se desenvolver onde ele achar melhor, sem que se afaste a possibilidade de isso acontecer no Vale. Isso acontece, entretanto, com apenas meio por cento dos freqüentadores. Uma em cada duzentas pessoas apresenta sintomas de mediunidade aflorada, que precisa de cuidados técnico-mediúnicos.

A Estrela Candente Esse trabalho ritualístico do Vale do Amanhecer merece uma explicação à parte, uma vez que mais chama a atenção do visitante pela sua originalidade. O conjunto, chamado Solar dos Médiuns, que inclui uma estrela de seis pontas – dois triângulos equiláteros cruzados, invertidos – , é a base física adequada para a manipulação de energias diversas. Cada detalhe ou divisão representa uma linha de força espiritual, todas se reunindo na cerimônia final da Estrela Candente. A base dessa manipulação de forças é o médium em grau de Mestrado, o qual é desenvolvido e iniciado para esse fim. Toda a cerimônia é executada pelos Mestres Sol (Doutrinadores e Doutrinadoras) e os Mestres Lua (Aparás positivos e negativos). O princípio do ritual, chamado de Consagração, é a concentração. Os mestres, em número mínimo de quatorze pares, se concentram nos bancos, em frente ao Radar de Comando. O Comandante dá início ao ritual. Os Mestres Lua sobem a rampa e aguardam ao lado do Radar. Em seguida, os Mestres Sol sobem a escada e apanham as suas ou os seus Mestres Lua. Descem com eles, segurando as pontas dos dedos. Todos os pares se juntam atrás dos bancos e, quando todos tiverem terminado o Coroamento (o ato de subir a escada e apanhar o seu par), dão início à Jornada. Sobem a rampa, à esquerda da Cachoeira, e cada par faz sua preparação em frente ao Triângulo da Cachoeira. Passam por trás do Comandante e descem em direção à Estrela. Divididos em partes iguais, os pares se colocam nos Esquifes. O Mestre Sol fica de pé na parte mais baixa do Esquife, e o Mestre Lua senta-se no banquinho de alvenaria ao lado. Os dirigentes se colocam nos dois Tronos, nas pontas dos triângulos: o Mestre Sol na ponta do amarelo e o Mestre Lua na ponta do azul. O Comandante ordena a preparação e todos os Mestres Sol dão as mãos. Depois, deitam-se nos Esquifes e permanecem alguns minutos, até que se completem os cantos ritualísticos. Depois, fazem a invocação dos espíritos que irão passar naquele trabalho e, em seguida, fazem a entrega deles ao outro plano. Depois isso, os Mestres Lua incorporam as entidades das águas, e fazem a impregnação da Estrela. Esse mesmo ritual, ampliado, envolvendo o Lago do Jaguar, ou Lago de Yemanjá, chama-se Unificação. Esse trabalho ritualístico é feito para a desintegração de energias carregadas negativamente, e para espíritos que não teriam condições de passar num simples trabalho mediúnico. Como complemento, são manipuladas energias dos planos superiores, que são dirigidas para beneficiar a coletividade, principalmente os hospitais, os presídios e as concentrações administrativas do governo. Esse trabalho é realizado todos os dias, nas faixas: 12,30 até 13,30; 14,30 até 15,30; e 18,30 até 19,30 horas. Na faixa da Lua Cheia, o trabalho é obrigatório (uma vez cada Lua) para todos os mestres e, nesse caso, se chama Anodização.

CONCLUSÃO Caro visitante: Procuramos, aqui, sintetizar ao máximo as bases doutrinárias do Vale do Amanhecer. Sabemos das dificuldades que existem nas pessoas para saírem dos conceitos tradicionais e se acostumarem com fatos novos. Sabemos, também, que não basta a simples interpretação intelectual para se avaliar as coisas. Por esse motivo é que sugerimos a experiência pessoal de contato com o nosso trabalho. Dificilmente a gente fica sabendo o que realmente é o Vale, a menos que se tenha um contato direto, físico e, ao mesmo tempo, se tenha algum problema que possa dar a oportunidade de verificação.

Elaborado pelo
1º Mestre Sol Tumuchy Mário Sassi
em 1979